Braide fará do palanque puxadinho do ninho para abrigar tucano
AQUILES EMIR
O deputado Eduardo Braide (PMN) ainda está no páreo para disputar o Governo do Estado. Foi o que garantiram neste fim de semana dois dos políticos mais próximos a ele, o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSDB) e o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, presidente do Avante no Maranhão, e ambos acreditam que, mesmo sendo o senador Roberto Rocha o candidato oficial de Geraldo Alckmin no estado, Braide fará do seu palanque um puxadinho do ninho para abrigar o tucano.
Neste sábado (05), Hilton Gonçalo esteve no evento do PSDB no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, que contou com as presenças do ex-governador de São Paulo e do senador pré-candidato a governador, mas,embora tenha sido, insistentemente, chamado para discursar, não subiu ao palco. Ele explicou que não se pronunciou porque seria um ato de deselegância com Eduardo Braide, que ainda é seu candidato.
De acordo com o prefeito, sua relação com o senador tucano é a melhor possível, porém não gostaria que sua presença no evento, que se deu mais em deferência a Geraldo Alckmin, fosse interpretada como a sinalização da desistência do projeto de continuar defendendo a candidatura de Braide. “Enquanto ele não assumir publicamente que não será candidato, continuarei com meu projeto de elegê-lo governador”, disse Gonçalo, acrescentando que, até onde sabe, não houve desistência por parte do deputado, que está apenas esperando a acomodação das legendas para se pronunciar.
Já o deputado José Reinaldo foi mais taxativo. Segundo ele, Eduardo Braide continua sendo candidato e não tem dúvidas de que, assim como Roberto Rocha, vai defender a candidatura de Alckmin. Por questões óbvias, Zé Reinaldo diz que estará no palanque de Roberto Rocha, que é do seu partido, mas sabe que também será contemplado com o apoio de Braide.
Segundo José Reinaldo, como um dos dois vai estar no segundo turno, não sabe se contra Flávio Dino ou Roseana Sarney, Braide e Rocha vão somar forças para vencer a eleição e vão juntar todos os segmentos que não aprovam a reeleição do governador, provavelmente até aliados de agora do candidato oficial.
Pelo que deixa transparecer José Reinaldo, será uma situação inversa do que ocorreu em 2014, quando Flávio Dino (PCdoB) apoiava três candidatos a presidente – Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB) e Dilna Roussef (PT) – embora a petista estivesse oficialmente coligada com Lobão Filho (MDB), ou seja, Alckmin é que poderá ter mais de palanque no Maranhão.
José Reinaldo está convencido também de que no segundo turno da eleição presidencial todos os partidos de centro vão estar com o tucano e inevitavelmente isto ocorrerá também no Maranhão com um dos candidatos ligados a ele, e como se trata de outro pleito, com os cargos proporcionais e os senadores já definidos, não será surpresa a migração até de partidos que vão estar o PCdoB no primeiro turno.
Pelo que se observa no discursos dos aliados de Alckmin, essa migração para o palanque dos tucanos será ainda mais forte se as pesquisas indicarem que o ex-governador de São Paulo vai ser o presidente da República e Flávio Dino ficar sem referência na disputa presidencial, pois pode haver confronto entre Alckmin e Jair Bolsonaro (PSL), ambos adversários de PT, PCdoB e outras legendas de esquerda.