Após as simulações feitas em São Paulo, sobre as manobras de navio no canal do Porto São Luís, onde será construído o porto do consórcio formado entre a WPorto e a chinesa CCCC, a Capitania dos Portos autorizou a instalação do terminal. O comandante Marcio Dutra, Capitão dos Portos do Maranhão, acompanhou a operação, e, segundo ele, foram inseridas as piores condições possíveis para o acesso ao canal de manobra do novo porto.
“Tornamos o ambiente mais difícil para o navio do que é encontrado na realidade. Fizemos, inclusive, testes de reposicionamento da ponte do cais, e constatamos que está bem aceitável a posição em que está, mais ao sul. Em posições mais ao norte, por exemplo, interferiria com a poligonal do Porto do Itaqui, o que não acontece da forma como está o design do Porto São Luís”, explicou o capitão.
Segundo ele, as simulações são feitas em tempo real de reação do navio. É inserida uma modelagem no simulador que reproduz as frentes, o local, a maré e as características do navio.
As simulações são ferramentas que têm capacidade de dizer se a operação tem maior ou menor grau de risco, e, com base nos dados, é possível fazer ajustes no projeto. Para fins de segurança, o Porto São Luís já realizou três simulações.
A primeira, em fevereiro do ano passado, apontou a necessidade de modificar o design do canal que dá acesso ao porto da Alumar. A segunda campanha foi em novembro último, para testarem o novo design, mas, em função da impossibilidade de configurar o navio corretamente, a ação não trouxe resultado.
A última campanha foi em abril deste ano, e em duas etapas: uma conduzida pela Alumar, na Universidade de São Paulo (USP), e a segunda pelo Porto São Luís, no Centro de Simulação Nautilus da Oceânica Offshore, também em São Paulo. As duas etapas contaram com a participação do Porto São Luís, Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária) e Alumar. “O Porto São Luís é um projeto grandioso e cercado de cuidados para evitar acidentes.”, afirma o capitão Dutra.
“Fizemos vários testes de manobras simultâneas, ou seja, um navio entrando no canal, e outro saindo. E simulamos a pior situação. O ponto de cruzamento dos navios é mais ao norte do que onde nós simulamos. Consideramos um eventual atraso de navios com cruzamento na entrada do canal, em frente ao Porto São Luís, o que não seria comum. Testamos, então, a pior situação”, informou Dutra.
A simulação mostrou que o Porto São Luís pode continuar com o projeto da forma como está atualmente concebida. “Nossa análise final, no que cabe à Marinha, que é a segurança da navegação, é a de expedirmos uma espécie de licença de instalação. A ponte do cais pode ser feita, desde que o novo design esteja concluído, após a dragagem, balizamento novo e o levantamento hidrográfico. A licença definitiva (Norma da Autoridade Marítima 11) será expedida ao final da obra”, disse.
Segundo Márcio Dutra, com este resultado, não há necessidade de outras simulações para a instalação. “O que interessa para instalar está resolvido”, afirmou. Agora, restará apenas a simulação para atracações e desatracações no próprio porto, principalmente testes das condições de atracação dos navios nos berços internos. “Mas não há pressa nisso, pois ainda temos o design do canal para fazer”, finaliza.