Aprovação do presidente Bolsonaro cai de 49% para 34%, segundo Ibope

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Pesquisa divulgada pelo Ibope nesta quarta-feira (20) mostra que o presidente Jair Bolsonaro perdeu três de cada dez apoiadores do seu governo nos dois primeiros meses do governo. Na comparação com outros presidentes o começo da passagem de Bolsonaro pelo Palácio do Planalto é o pior já registrado.

De acordo com a comparação com os antecessores, Dilma Rousseff, Luís Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique e Fernando Collor sustentaram taxas mais altas do que  Bolsonaro nos meses iniciais quando já acumulavam mais de quatro anos de desgastes.

Segundo o Ibope, a proporção dos que consideram a atual administração boa ou ótima caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro e chegou a 34% em março, ou seja, o presidente perdeu 15 pontos percentuais em 60 dias. Seu saldo ainda é positivo porque apenas 24% dizem que o governo é ruim ou péssimo. Outros 34% consideram que é regular, e 8% não souberam avaliar.

Ainda de acordo com os números, os 34% de ótimo/bom de Bolsonaro equivalem à taxa de José Sarney em março de 1987, já com dois anos de mandato, ou de Fernando Henrique Cardoso em maio de 1997, com dois anos e três meses de governo. O mesmo percentual foi dado a Fernando Collor nove meses após o confisco das contas correntes e da poupança.

A pesquisa revela que dos 62% que diziam confiar no presidente em janeiro, só 49% ainda mantém a confiança, ou seja, uma perda de 13 pontos. A desconfiança saltou de 30% para 44%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, a confiança em Bolsonaro está a um ponto percentual de um empate técnico com a desconfiança (no limite, essas taxas são hoje de 47% e 46%, respectivamente).

Os nordestinos são os que mais desconfiam do presidente. Na região Nordeste, onde os nove governadores são de oposição ao governo federal, 53% não confiam nele. Os que mais confiam no presidente são, principalmente, os evangélicos, os mais ricos, os homens e os moradores da região Sul.

Segundo o Ibope, as taxas de ótimo e bom são maiores entre os mais ricos (renda acima de 5 salários mínimos), entre quem se declara branco, evangélicos e moradores do Sul e do Centro-Oeste. As avaliações negativas, isto é, os que acham o governo ruim ou péssimo, são mais frequentes nas cidades com mais de 500 mil habitantes (32%) e nos municípios que ficam nas periferias das regiões metropolitanas (29%).

O Ibope não informou as razões que levam os brasileiros a avaliar bem ou mal o governo, mas pesquisas de outros institutos que não foram divulgadas para o público em geral apontam para três motivos: proximidade com a milícia no Rio de Janeiro, denúncias de corrupção envolvendo seu filho Flavio Bolsonaro (senador), falta de medidas práticas que tenham resultado em diminuição da violência urbana e o destempero demonstrado pelo presidente em suas manifestações públicas, principalmente por meio do Twitter durante o Carnaval.

As pesquisas divulgadas nesta quarta-feira pelo Ibope Inteligência foram pagas pelo próprio instituto. Todo mês, o Ibope faz uma pesquisa nacional com 2.002 entrevistas face a face na qual diferentes clientes pagam para incluir perguntas de seu interesse. Por essa razão, a pesquisa é chamada “Bus”, ou ônibus. Às vezes o instituto pega “carona” nessa pesquisa mensal e inclui no questionário perguntas sobre avaliação dos governantes. Foi o que fez em janeiro, fevereiro e, agora, em março.

A pesquisa mais recente foi realizada entre 16 e 19 de março, em todas as regiões do Brasil, com a população de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

(Com informações da revista Piauí)

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