Bolsonaro diz que exigências para Mais Médicos vão tirar cubanos do regime de trabalho escravo

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Bolsonaro voltou a se pronunciar sobre polêmica criada por Cuba

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a se pronunciar nesta sexta-feira (16) sobre a polêmica criada por Cuba, que rompeu o contrato para manutenção de cubanos no Mais Médico, por discordar das exigências do novo governo brasileiro. Segundo Bolsonaro, a decisão tem razões humanitárias, ou seja, é para protegê-los do que considera “trabalho escravo” e preservar os serviços prestados à população brasileira.

Ainda de acordo com Bolsonaro, o programa não será suspenso e todos os que saírem serão substituídos por brasileiros ou médicos de outros países.

Entre as medidas, estão fazer o Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica, receber integralmente o salário e poder trazer a família para o Brasil. Cuba decidiu deixar o programa após as declarações de Bolsonaro. O Ministério da Saúde  informou nesta sexta-feira que a seleção dos brasileiros em substituição aos cubanos ocorrerá ainda este mês.

Segundo notícia publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, pelo menos 150 cubanos já entraram na Justiça querendo permanecer no Brasil e exercer a Medicina fora do acordo firmado com o seu país, ou seja, exercer livremente a profissão, sendo remunerado pelo valor justo do seu trabalho.

Indagado por uma jornalista,  após café da manhã com o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar, no 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro, sobre a situação dos médicos de Cuba, Bolsonaro respondeu com outra pergunta: “Talvez a senhora seja mãe, já pensou em ficar longe dos seus filhos por um ano?”. 

Para o presidente eleito “é uma situação de escravidão que praticamente as médicas e os médicos cubanos estão sendo submetidos no Brasil”, disse ele. Ele afirmou ainda que o acordo de repasse de parte dos salários dos médicos para o governo de Cuba contraria os direitos dos profissionais. “Imaginou também confiscar 70% do seu salário?”

O presidente eleito Jair Bolsonaro toma café da manhã, com o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar
Bolsonaro falou sobre o Mais Médicos após café da manhã com o almirante Eduardo Bacellar Divulgação/ assessoria Jair Bolsonaro

Rompimento – O fim do acordo com o governo cubano foi anunciado há dois dias quando o Ministério de Saúde Pública de Cuba, quando informou que não atenderia às exigências do governo eleito. Para Bolsonaro, é fundamental que os profissionais cubanos passem pelo Revalida.

“Nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi atendido por um médico cubano”, disse. “Será que nós devemos destinar [esse atendimento] aos mais pobres sem qualquer garantia que eles sejam razoáveis, no mínimo? Isso é injusto e desumano.”

O presidente eleito reiterou também que há “relatos de verdadeiras barbaridades” por profissionais de Cuba. “O que temos ouvido de muitos relatos são verdadeiras barbaridades. Queremos o salário integral e o direito de trazer as famílias para cá. Isso é pedir muito? Está nas nossas leis.”

Bolsonaro destacou que os profissionais cubanos que quiserem pedir asilo político ao Brasil, quando ele estiver na Presidência da República, será concedido.

Governadores – O presidente eleito disse ainda que vai se reunir com Paulo Guedes, indicado para o Ministério da Economia, para analisar a carta dos governadores, que reúne 13 itens, incluindo propostas e elencando prioridades. Ele afirmou que ainda não leu todo o documento.

(Com dados da Agência Brasil e Estadão)

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