Bolsonaro diz que terá militares no seu ministério e que venderá estatais

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AQUILES EMIR

Na palestra proferida para cerca de 200 empresários, quinta-feira (14), no evento realizado do Villa Reale Buffet, no bairro do Calhau, em São Luís, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sinalizou com uma série de medidas que pretende implementar com vistas a promover o desenvolvimento econômico do Brasil. Segundo ele, quanto menor interferência do Estado na atividade produtiva, melhor, embora entenda que o governo não deva abrir mão de sua atribuição fiscal, o que não significa dizer que, “por subjetividade, tenha de impor a sua vontade”.

O evento foi coordenado pela Associação Comercial do Maranhão (ACM), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e as federações do Comércio (Fecomércio) e das Indústrias (Fiema).

Bolsonaro disse que pretende levar diversos militares para compor o seu ministério, e adiantou que para a pasta de Infraestrutura deve ser convidado um general do Exército e, acredita, que pelo nome que tem (não mencionou quem), dificilmente um empreiteiro terá a ousadia de lhe propor suborno para vencer licitações de obras. Disse também que o Ministério da Ciência e Tecnologia deve ser confiada ao astronauta Marcos Pontes, tenente-coronel da Aeronáutica, que hoje trabalha na Nasa. “Se alguém tiver um nome melhor, eu ligo para ele e digo que está fora da minha equipe”.

Ele informou ainda que está se cercando de bons economistas, sob o comando de Paulo Guedes (que trabalhou com Augusto Pinochet no Chile) para fazer seu plano para a área econômica. “Eu não sou economista e como foram os economistas que botaram o Brasil nesse buraco, eles que se encarreguem de tirá-lo”, ironizou. Para o candidato, é ilusão, no entanto, pensar em desenvolvimento econômico sem cuidar da segurança pública, por isto pretende enfrentar o crime organizado com inteligência e energia, trazendo de voltado o SNI para que o Estado possa estar bem informado sobre o que se passa no Brasil.

Privatização – Antes da palestra, o pré-candidato concedeu uma entrevista a Maranhão Hoje, na qual disse que pretende reduzir pelo menos à metade as 150 estatais que ainda existem no Brasil, já que a maioria serve apenas para dar emprego a militantes de esquerda. Boa parte dessas empresas, disse ele, deverá ser extinta porque não haverá interesse de compra e aquelas que não houver pretendentes, mas o governo julgar importantes, vão continuar prestando serviços à população.

Apesar de defender a privatização, Bolsonaro disse que o Brasil não pode abrir mão de todas as estatais. “Não existe nenhum país no mundo com estatização zero”, observou, dizendo que entende ser estratégico para o país, por exemplo, manter geradoras e transmissoras de energia elétrica, Banco do Brasil, Caixa Econômica e algumas atividades da exploração e refino de petróleo.

Indagado sobre que projetos tem o Maranhão, Bolsonaro disse que sua visão tem que ser macro, a nível nacional, e que questões pontuais devem ser levadas pelos companheiros de partido nos estados, “e a companheira Maura (Maura Jorge pré-candidata a governadora) deve dizer o que é prioritário para o Maranhão”.

Bolsonaro com Felipe Mussalém, da Associação Comercial, e a pré-candidata ao Governo do Maranhão, Maura Jorge

 

Congresso – Indagado sobre como pretende colocar em prática seus projetos com um Congresso Nacional nos moldes atuais, disse que os erros do Brasil não são por culpa exclusiva dos políticos e garantiu que tem cerca de 70 deputados (espera chegar a 100 até a eleição) já comprometidos em aprovar as reformas que pretende fazer. A mensagem que deve enviar ao parlamento, segundo ele, contempla todos segmentos – evangélicos, produtos rurais e outros – mas deixará de fora petistas, comunistas e outros segmentos de esquerda que querem o poder absoluto para eles.

Bolsonaro disse ainda que está otimista com a vitória, até porque como voluntário, está disposto a tudo. Sobre as pesquisas, diz que não confia muito, pois um dia um instituto, como é o caso do Data Poder, lhe dá a vantagem, mas logo em seguida o “Data Foice” (referindo-se ao Datafolha) traz números diferentes. Para ele, importante não é está preparado para vencer, mas para governar.

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