Brandão pode botar dono da Riachuelo no palanque de Flávio Dino

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AQUILES EMIR

Em 2014, para ser vice de Flávio Dino (PCdoB), o então deputado federal Carlos Brandão, ainda no PSDB, botou no palanque do comunista o maior crítico e adversário da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves, que hoje é investigado por ligações com o empresário Joesley Batista, do Grupo JBS. Dilma, embora o PT estivesse oficialmente coligado com Lobão Filho (MDB), era a candidata de Dino, que manifestou esta opção apenas às vésperas da votação em segundo turno.

Para a eleição deste ano, caso seja confirmado novamente vice, Brandão pode botar um nome ainda mais indigesto ideologicamente para políticos que atuam no campo defendido, dentre outros, pelo PCdoB, o empresário Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, que deve disputar a Presidência da República pelo PRB de Brandão. O capitalista é um dos maiores críticos do que chama “ideologia tóxica” dos partidos mais inclinados à esquerda.

Nesta quarta-feira (30), ao confirmar a coligação de sua legenda à chapa encabeçada por João Doria (PSDB) ao Governo de São Paulo, o presidente nacional do PRB, deputado Marcos Pereira, garantiu que a aliança paulista ainda não implica numa coligação nacional em torno da candidatura de Geraldo Alckmin, pois vai sustentar a pré-candidatura de Rocha.

Pereira não confirmou se vai cobrar dos diretórios estaduais um alinhamento ao seu candidato a presidente, sem aproximação de candidatos com pregação divergente, já que o dono da Riachuelo é um dos maiores críticos de esquerdistas, dos quais tem sido alvo de preconceito e até vítima de atos violentos contra seu patrimônio, como os recém patrocinados pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

Ainda nesta quarta, ao ser sabatinado na Rádio Jovem Pan, Flávio Rocha se derreteu em elogios ao concorrente Jair Bolsonaro (PSL), que, segundo ele, é o único que vem defendendo aquilo que os brasileiros mais querem ouvir de um futuro presidente, no que diz respeito ao combate à violência e à corrupção. Questionado se apoiaria Bolsonaro num eventual segundo turno, Rocha disse que gostaria de tê-lo no seu palanque.

Caso não se confirme a candidatura de Flávio Rocha, a aliança em São Paulo pode levar o PRB para uma campo ainda mais indesejado por Carlos Brandão, pois é possível que a influência paulista o leve ao palanque dos tucanos, forçando que nos estados a legenda siga a mesma orientação.

Ex-presidente do PSDB no Maranhão, Carlos Brandão saiu da legenda após a filiação do senador Roberto Rocha, pré-candidato a governador do Maranhão e um dos maiores críticos de Flávio Dino.

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