O governo do Brasil manifestou nesta sexta-feira (11) apoio à iniciativa do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o parlamentar de oposição Juan Guaidó, de convocar novas eleições em reação ao segundo mandato presidencial de Nicolás Maduro, considerado ilegítimo por Guaidó. Em nota, o Itamaraty reiterou a posição brasileira.
“O governo brasileiro saúda a manifestação do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, de estar disposto a assumir constitucionalmente a Presidência da Venezuela, diante da ilegitimidade da posse de Nicolás Maduro no dia 10 de janeiro”, diz o Itamaraty em nota.
Também em nota, o Itamaraty destaca a importância do respeito à autonomia dos Poderes no país vizinho. “O governo brasileiro reitera ademais a importância do respeito à integridade, autonomia e independência do Tribunal Supremo de Justiça legítimo da Venezuela.”
No documento, o Brasil reitera defesa em favor da democracia e o apoio para retomar a normalidade na Venezuela. “O Brasil continua comprometido a ajudar o povo venezuelano a recuperar a liberdade e a democracia e seguirá em coordenação com os demais atores imbuídos do mesmo propósito.”
Eleições – O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o parlamentar de oposição Juan Guaidó, apelou à população, aos militares e à comunidade internacional para assumir o poder em substituição ao presidente reeleito, Nicolás Maduro (foto), que tomou posse quinta-feira (10) no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) em Caracas. Guaidó defendeu a realização de eleições gerais no país.
“Eu me apoio nos artigos 233, 333 e 350 da CRBV [Constituição da República Bolivariana da Venezuela] para convocar eleições livres e a união do povo, das Forças Armadas Nacionais e da comunidade internacional para vencer essa usurpação”, disse Guaidó por meio de sua conta pessoal no Twitter.
Guaidó pediu que a população se mobilize em todo o país em 23 de janeiro contra o governo de Nicolás Maduro. Segundo ele, com apoio da comunidade interna e externa será possível enfrentar Maduro.
“Assumo o dever imposto pela CRBV [Constituição] e no Artigo 333, que obriga a todos os venezuelanos, investidos em autoridade, a lutar”, acrescentou Guaidó. “Para converter em realidade, necessitamos da soma da força nacional e internacional para obter sua plena aplicação.”
A Assembleia Nacional, formada por 545 parlamentares, foi esvaziada por Maduro. O Parlamento é dominado pela oposição.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo de Lima, formado por 14 países incluindo o Brasil, se manifestaram contra a posse de Maduro. Para todos, a reeleição dele é ilegítimo e a alternativa é promover novas eleições.
(Agência Brasil)