Candidatos a governador apresentam propostas a empresários

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AQUILES EMIR

Três postulantes ao Palácio dos Leões participaram, nesta terça-feira (04), do Encontro Empresarial com os Candidatos a Governador, promovido por sete entidades que representam o setor produtivo. Alegando problemas de saúde e uma excessiva agenda de compromissos de campanha, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não compareceu, e assim os empresários puderam conhecer as propostas apenas de Flávio Dino (PCdoB), Maura Jorge (PSL) e Roberto Rocha (PSDB), que, mesmo sem se confrontarem, trocaram farpas em seus discursos.

Primeiro a falar, Flávio Dino fez um balanço de suas realizações e prometeu estimular o segmento das micro e pequenas empresas com redução da carga tributária. “Fizemos em 2015 e vamos fazer de novo em 2019, reduzindo o diferencial de alíquotas de operações interestaduais”, disse ele, lembrando que, quando assumiu, a tabela do Simples que define a alíquota do ICMS cobrado das MPEs estava sem mudança há anos.

De acordo com o governador, com a atualização do Simples em vez de apenas 100 empresas passaram a se beneficiar 100 mil. Ele destacou ainda que reduziu impostos da agropecuária, modernizou o Porto do Itaqui, melhorou os setores da Educação e Saúde, melhorou a infraestrutura de diversos municípios e disse que foi o governador que melhor se relacionou com a classe empresarial.

Contestação – Segunda a falar, a candidata do PSL desafiou os presentes a percorrerem o interior do Estado para conhecerem uma realidade bem diferente da que é dita “em belos discursos e propaganda”. Maura Jorge disse que para conhecer o Maranhão real é preciso viajar por terra, “não de helicóptero”, pois assim é possível verificar a qualidade das estradas, encostar nas cidades e conversar com as pessoas e perceber o desânimo e a frustração dos que apostaram numa mudança nos costumes políticos, mas que não ocorreu.

Maura Jorge disse que o Maranhão não pode continuar com alto índice de desemprego, com um programa chamado Escola Digna que não dá dignidade a professores e alunos, obras de má qualidade etc. Ela disse que poderia disputar uma eleição mais fácil, para deputada federal ou estadual, porém aceitou o desafio de concorrer ao Governo porque não se conforma com a triste realidade em que se encontra o Maranhão.

Gestão – Último a falar, o senador Roberto Rocha chamou atenção para os riscos de um colapso financeiro nos próximos quatro anos, porque o atual governo gastou muito, e mal, sendo obrigado a lançar mão até do dinheiro da Previdência Social do funcionalismo público para pavimentar ruas com asfalto de baixa qualidade, ou seja, desperdício.

Contrariando a fala do governador, que prometeu ajudar as pequenas empresas, Roberto Rocha disse que Flávio Dino é um Robim Hood às avessas, “pois toma dos pobres para beneficiar os ricos”, e citou o exemplo do Grupo Mateus, a única empresa varejista a contar com ICMS de 2%, e mesmo assim não favorece comerciantes de pequeno porte e sim os sufoca, pois tem mais poder para vender a preço menor, sem dar esta oportunidade a outros varejistas pela sua empresa de atacado. Rocha disse pretende revogar essa lei que beneficia apenas um empresário.

O senador disse ainda que Flávio Dino passou quatro anos governando o Maranhão olhando pelo retrovisor, pois não há um dia em que não se lembre da família Sarney, enquanto deveria estar mais focado no para-brisa para enxergar como avançar com segurança.

Os três candidatos, que falaram individualmente, receberam um documento das entidades patronais com sugestões ao seu eventual governo. O evento foi organizado pelas associais Comercial do Maranhão (ACM) e dos Jovens Empresários (Aje-MA), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e federações das Indústrias (Fiema), do Comércio (Fecomércio), dos Lojistas (FCDL), das Associações Empresariais (Faem).

Transparência

Flávio também ressaltou que “agimos com transparência, com a separação dos interesses públicos e privados. Nenhum dos presentes pode dizer que um parente meu se ocupou de negócios privados para concorrer com as empresas maranhenses”.

“Parece uma obviedade, mas é uma novidade essa separação de interesses públicos e privados. Não há porta giratória no nosso governo. Dialogamos sempre com o setor privado, mas não concorremos com o setor privado. Interesses familiares e particulares não se sobrepõem na relação com os empresários”, afirmou.

Turismo

Ele disse que será dada ainda mais ênfase ao crescimento do turismo. “Vivemos o melhor momento do turismo no Maranhão”, afirmou, dando exemplos como a nova estrada para Santo Amaro, a valorização do Centro Histórico e a melhoria de acesso da Rota das Emoções.

Menos burocracia

O governador ressaltou ainda o papel do programa Empresa Fácil para o ambiente de negócios do Maranhão. Na gestão atual, 100% dos municípios do Estado aderiram à Rede Sim, que facilita a vida dos empresários.

“Apesar da crise devastadora, temos uma trajetória ascendente da abertura de novos negócios, que levavam 90 dias para ser registrados e hoje em cinco ou seis horas estão registrados, por conta da Rede Sim e do programa Empresa Fácil. Estamos em 2018 quebrando recordes de abertura de empresas. Já temos 20.151 empresas abertas em 2018.

 

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