Cerco aos assassinos da vereadora Marielle está se fechando, diz deputado

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O vereador Marcello Siciliano (PHS) negou, na noite desta terça-feira (8), que tivesse interesse na morte da vereadora Marielle Franco, sua colega na Câmara do Rio, assassinada em 14 de março passado no centro da cidade. Siciliano foi citado em matéria do jornal O Globo na internet como alvo de um delator à polícia, que teria fornecido detalhes de sua ligação com um miliciano, conhecido como Orlando da Curicica, atualmente preso, e que teriam combinado a morte da parlamentar. Também nesta terça, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que o cerco contra os assassinos de Marielle está se fechando.

Siciliano se manifestou em nota divulgada por sua assessoria e se disse revoltado com a acusação, ressaltando, inclusive, manter amizade com Marielle, com quem teria assinado projetos de lei em conjunto.

“Expresso aqui meu total repúdio à acusação de que eu queria a morte de Marielle Franco. Ela é totalmente falsa. Não conheço Orlando da Curicica e acho uma covardia tentarem me incriminar dessa forma. Marielle, além de colega de trabalho, era minha amiga. Tínhamos projetos de lei juntos. Essa acusação causa um sentimento de revolta por não ter qualquer fundamento. Eu, assim como muitos, já esperava que esse caso fosse elucidado o mais rápido possível. Agora, desejo ainda mais celeridade”, expressou Siciliano.

Segundo a reportagem de O Globo, o delator afirmou que Marielle estaria contrariando interesses políticos de Siciliano na Cidade de Deus, na zona oeste. O delator teria trabalhado para a milícia, mas decidiu revelar o que sabia à polícia em troca de proteção. Um dos colaboradores de Siciliano, Alexandre Pereira, foi morto na noite de 8 de abril, na Taquara, zona oeste, dois dias depois do vereador prestar depoimento à Delegacia de Homicídios.

Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos na noite de 14 de março, no bairro do Estácio, após ela ter participado de seu último compromisso político, na Lapa. Seu carro passou a ser perseguido por dois veículos e ela e Anderson foram metralhados, em uma sucessão de 13 tiros. A assessoria de Siciliano informou que o parlamentar deverá convocar uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira (9), com o objetivo de se defender das acusações.

Cerco – De acordo com o deputado Jean Wyllys, o chefe da Divisão de Homicídios, Fábio Carsoso, não deu prazo para a conclusão do inquérito, que já dura quase dois meses, mas disse que está otimista. “Ele disse que a sociedade tem que ter paciência, porque homicídio, de fato, exige uma investigação mais rigorosa, mas que já tem informação suficiente para cruzar os dados e chegar aos assassinos”, disse o deputado. “Eles já descartaram várias linhas de investigação e o cerco aos criminosos está se fechando. Não só sobre os executores como também em relação aos mandantes.”

Segundo com Wyllys, o delegado afirmou que os executores são bem treinados. Mas não informou se são agentes do Estado. “Não são pessoas quaisquer e não são baratas”, disse o deputado.

O delegado confirmou que a arma usada no crime foi uma submetralhadora. Além disso, de acordo com o deputado, a falta do exame de raio-X no corpo de Marielle – devido ao equipamento do Instituto Médico-Legal (IML) estar quebrado – não prejudicou as investigações.

O parlamentar ressaltou que a comissão continuará cobrando a conclusão do inquérito. Uma delegação do Parlamento do Mercosul chega amanhã (9) ao Brasil para se reunir com os investigadores e o interventor federal na segurança do Rio, o general Walter Braga Netto.

Também participaram da reunião de hoje com o delegado os deputados federais Glauber Braga (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ).

(Agência Brasil)

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