Desigualdade social se agrava no Maranhão a partir de 2015, diz a revista Exame

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A revista Exame, publicação quinzenal da Editora Abril, com foco no setor econômico, publicou nesta quinta-feira (14), um levantamento realizado pela consultoria Macroplan, que mostra o Maranhão com pior qualidade de vida do Brasil, situação que se agravou a partir de 2015. Na outra ponta, aparece  São Paulo está no topo do ranking dos estados com a melhor qualidade de vida do país.

Desenvolvido pela consultoria, o Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE) avalia a situação dos 28 estados com indicadores agrupados em nove áreas. O ranking vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de zero, pior é a condição de vida no local.

De acordo com o levantamento, São Paulo alcançou a melhor pontuação (0,846) por apresentar um bom desempenho nas áreas analisadas —  saúde, segurança, gestão pública, educação, juventude, infraestrutura, condições de vida e desenvolvimento social e econômico.

O estudo diz ainda que em dez anos (2005-2015), todos os estados brasileiros avançaram no índice. Mas, só entre 2015 e 2014, dez unidades da federação perderam posições no ranking — marcando o principal retrocesso da década. “Esse resultado é reflexo do ambiente político conturbado e da desaceleração da economia que se agravou a partir de 2014 e resultou na queda do PIB e no expressivo crescimento da taxa de desemprego”, diz Gustavo Morelli, diretor da Macroplan.

As áreas de saúde e educação, apesar do retrocesso, se mantiveram estáveis no período. Desenvolvimento econômico e social, por sua vez, foram as mais afetadas em 2015 como consequência da crise. Segundo a consultoria Macroplan, dados preliminares já mostram que as áreas de infraestrutura e segurança devem sofrer retração no índice de 2016, que será divulgado no ano que vem, dada a menor capacidade de investimento no período.

“É preciso reconhecer que o contexto atual é adverso. No entanto, o fato de 17 estados terem apresentado bons resultados é um sinal claro de que é possível fazer melhor”, argumenta Morelli.

Para superar os efeitos do atual cenário, mudanças são necessárias — e a eficiência dos gastos públicos é a principal delas. De acordo com a consultoria, os governantes precisam descontinuar políticas e projetos de baixo impacto, adotar parcerias com o setor privado, profissionalizar as equipes e planejar estrategicamente as prioridades.

Pior desempenho – Em todo o país, o último colocado no ranking é o Maranhão, que contabilizou 0,432 pontos. Se considerados os 28 indicadores, o estado vai muito mal em igualdade social. Em dez anos, a desigualdade de renda perdeu 21 posições, caindo do 5ª lugar em 2005 para 26ª em 2015, ano que começou o governo de Flávio Dino.

A revista Exame diz que tentou contato com o governo estadual para comentar a colocação, mas o gabinete não atendeu as ligações até a publicação da reportagem.

Outros cinco estados – Alagoas, Piauí, Pará, Rondônia e Amapá – também apresentaram baixo desempenho, com IDGE inferior a 0,518 pontos.

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