Em entrevista ao Valor Econômico, Flávio Dino chama Dória de traidor, oportunista e fascista

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Governador chama o prefeito paulistano de traidor e oportunista

Em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, o governador Flávio Dino (PCdoB), numa estratégia para criar em torno dele um debate nacional, chamou o prefeito de São Paulo, João Dória Júnior (PSDB), de um “Collor piorado”, numa referência ao senador Fernando Collor de Melo, ex-presidente da República, e o coloca no rol dos políticos de perfil fascista, a exemplo de Jair Bolsonaro.  Segundo Flávio Dino, o sistema político brasileiro precisa ser erguido “acima do volume morto” para patamares civilizatórios para que o Brasil não corra o perigo de candidaturas ultradireitistas.

Um dos pontos mais curiosos da entrevista é quando Flávio Dino, que está no seu primeiro mandato político como executivo, depois de ter sido juiz federal (servidor público), classifica João Dória de inexperiente, porque também está no primeiro mandato, com a diferença de ter sido um empresário de sucesso. O governador chama ainda o prefeito paulistano de traidor e oportunista porque estaria articulando sua pré-candidatura a presidente, mesmo sabendo que o governador paulista, Geraldo Alckmin, seu padrinho político, também tem pretensões.

Ao rebaixar tanto Dória, Flávio Dino deixa claro qual seria para ele o quadro ideal na sucessão presidencial: uma disputa entre Alckmin e Lula, pois “são traços civilizatórios no meio de um desastre completo”. Para ele, as duas candidaturas permitiriam que o Brasil fizesse uma reflexão com qualidade.

“O Brasil ser governado pelo Alckmin é algo razoável. Governado pelo Doria, é um absurdo e pelo Bolsonaro, é um desastre, uma tragédia”, frisou. “Alckmin tem experiência, foi governador quatro vezes, é um quadro político experimentado, tem as condições dele e um conjunto de forças”. Quanto ao prefeito de São Paulo, desdenha:

“Quem é o Doria? É um Collor piorado, fake, autoritário e sem nenhuma experiência administrativa. E o Bolsonaro é uma tragédia, com ideário violento, de exclusão das pessoas, fascista, defensor do aniquilamento das diferenças sociais. Não tem nenhuma condição de dirigir o país”, completou.

Quanto à candidatura de Lula, disse que ela é importante para a unidade do campo de esquerda, pois “tem uma reserva estratégica de popularidade”, que poderá ser aproveitada nas urnas pelo petista ou por um eventual candidato que ele apoiar, caso não possa ser candidato por conta da perseguição que enfrenta na Justiça.

Ao analisar o cenário eleitoral em 2018, em caso de nova condenação de Lula, o governador afirma que “quando esse debate se colocar, se de fato se colocar, há um elemento que é essencial: não necessariamente o candidato tem que ser do PT”.

“Esse ponto de partida tem que ser posto. Se não tiver mais jeito, se o tribunal confirmar que Lula não poderá ser candidato, é errado dizer que o PT tem que necessariamente ter candidato. Pode não ter.” Entre as opções da centro-esquerda, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é “boa alternativa”, diz.

(Com dados do portal Vermelho)

 

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