Em visita ao Itaqui, Lula admite que crise econômica começou no governo de Dilma

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Lula, numa rara confissão, admite que crise começou com o PT

AQUILES EMIR

Ao visitar o Porto do Itaqui, na manhã desta terça-feira (05), ao lado do governador Flávio Dino (PCdoB), o ex-presidente Lula, ao analisar a crise econômica do Brasil, numa das raras confissões de erro, admitiu que ela começou na era do PT, mais precisamente com Dilma Rousseff, sua sucessora, contudo dividiu os equívocos da “companheira” com os ex-presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB.

Na página do PT na internet, ele postou no twitter: “Dizem que a crise começou no gov. Dilma, é verdade. Mas Eduardo Cunha não aprovou nada que ela tentou fazer p/ reverter”. O ex-presidente referia-se à política de desonerações, iniciada por ele e continuada por Dilma. “Fizemos uma forte política de desoneração. Foram R$ 428 bilhões de desoneração para manter as políticas sociais, os investimentos e para manter os 4,3% de desemprego em dezembro de 2014.

Sobre a parcela de culpa do senador alagoano, ele explicou: “A Dilma tentou rever isso, enviou uma MP [medida provisória] ao Congresso acabando com as desonerações, e o Renan não aceitou, devolveu –coisa que nem podia fazer”, afirmou.

Vale ressaltar que no comício de Maceió (AL), dia 22 de agosto, quando estava ao lado de Renan e do governador Renan Filho seu comentário sobre o senador foi outro: “Nos oito anos em que fui presidente, o Renan sempre foi, como presidente do Senado, uma pessoa que nos ajudou a votar tudo para melhorar a vida do povo brasileiro. Parabéns pela postura e seu comportamento contra as reformas –que não são reformas, são demolições dos direitos do trabalhador”, afirmou.

Ainda na mea culpa pelo erros na condução da política econômica dos petistas, Lula admitiu excessos: “Acho que nós erramos na dosagem. Se tem uma torneira aberta e está entrando menos água que saindo, uma hora a caixa seca”, afirmou em discurso ao lado governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), após visita ao porto de Itaqui.

Mais uma vez, ele procurou confrontar o modo PT de governar com o dos tucanos: “Todo mundo sabe que o Brasil quebrou três vezes com FHC. Em 1999, ele estava [com] 8% nas pesquisas de opinião, igual a Dilma em 2016. A diferença é que Fernando Henrique fez a proposta de reforma na crise cambial, e a Câmara tinha como presidente o Michel Temer. Em seis meses ele aprovou tudo que FHC queria. E a Dilma tinha o Cunha, que não aprovou nada na reforma. O Eduardo Cunha foi o contribuinte para o país não sair da crise, porque tinha e tem condição para isso”, assegurou.

O ex-presidente criticou os que falama mal dos políticos, afirmando que “fora da política não tem solução. Se alguém imaginar que vai aparecer um deus que vai salvar, pode aparecer um Hitler, pode aparecer um Mussolini ou outras coisas que a gente sabe que não dá certo no mundo”, afirmou.

Para Lula, é inútil reclamar agora e não mudar o perfil do voto em 2018. “Tenho dito: não adianta ficar reclamando. Ou você assume a responsabilidade pelo deputado, prefeito, vereador, governador, senador, presidente, ou não adianta reclamar”, completou.

(Com dados do UOL)

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