Em continuidade às ações para operacionalizar o projeto Hortas Pedagógicas no Maranhão, foi realizado, nos dias 21 e 22 de fevereiro, na Embrapa Cocais, o curso de aperfeiçoamento profissional em fundamentos da produção orgânica de hortaliças. Ministrada por especialistas da Embrapa Hortaliças, a capacitação teve a participação de engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e profissionais de áreas correlatas das instituições públicas municipais envolvidas.
O objetivo foi nivelar o conhecimento das técnicas da produção orgânica de hortaliças, considerando a legislação brasileira e os mais avançados resultados da pesquisa agrícola. “Esse foi nosso primeiro curso semipresencial, com apoio de vídeoaulas e pesquisadores online, e contou com um público bastante preparado e participativo”, avaliou o analista da Embrapa Hortaliças Francisco Herbeth.
Foram abordados temas como princípios da produção orgânica, nutrição na perspectiva orgânica, produção de mudas, manejo ecológico de pragas, manejo integrado de doenças e de nematoides, cultivo protegido e cultivo hidropônico, cultivo de hortaliças tradicionais, Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs) e pós-colheita.
O projeto Hortas Pedagógicas é uma semente para uma política pedagógica de segurança alimentar e nutricional no Maranhão. Faz parte da parceria entre a Embrapa e o antigo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), atual Ministério da Cidadania, para desenvolver metodologia de implantação de hortas pedagógicas em escolas no Maranhão e no Piauí, estados com alto índice de vulnerabilidade social.
Para o chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, que participou da abertura por meio de vídeo, o projeto alia práticas de produção de hortaliças às práticas didático-pedagógicas da escola, estimulando as crianças a levarem os conhecimentos para casa e para sua comunidade. “É uma semente que se multiplica”, disse.
A chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Brefin, agradeceu a participação dos parceiros. “O sucesso do projeto no Maranhão depende de cada um nós, que estamos juntos nesse propósito inédito e promissor. Que esse projeto seja também um espaço para semear e cultivar novas ideias”.
O secretário de Agricultura de São Luís, Raimundo Nonato, o Nonato Chocolate, elogiou o projeto. “É de grande relevância, tem alcance social e propiciará que jovens tenham oportunidade de acesso ao conhecimento agronômico. Minha equipe de assistência técnica, engenheiros e técnicos, está toda aqui para se tornar multiplicadora desse conhecimento nas escolas”.
Para a presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Loroana Coutinho de Santana, a iniciativa é inovadora. “Escola é local de formação e também de educação para a segurança alimentar e nutricional, com sustentabilidade. As perspectivas são promissoras. Bons frutos virão e nossos técnicos e engenheiros agrônomos estão entusiasmados em semear esses conhecimentos”.
O projeto será implantado como piloto em duas escolas públicas municipais de São Luís: a Unidade de Educação Básica (UEB) Governador Jackson Kepler Lago, na área urbana (no bairro Cidade Operária), e a UEB Major Augusto Mochel, na zona rural (no bairro Maracanã).
A implantação das hortas vai ocorrer ainda este ano, com início das ações a partir de março e programação intensificada em junho, término do período mais chuvoso, quando ocorrerão as capacitações em diversas abordagens e temáticas do projeto em parceria com a comunidade escolar. O projeto tem duração prevista até o final de 2020, com perspectivas de ser prorrogado e/ou ampliado para outras escolas.
No Maranhão, são responsáveis pela execução do projeto a Embrapa Cocais, secretarias municipais de São Luís (Educação, por meio do Núcleo de Educação Ambiental – NEA, Agricultura, Pesca e Abastecimento, Segurança Alimentar, Planejamento e Desenvolvimento), e Agerp, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), além de apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação.