Envolvido no caso Odebrecht, ex-presidente do Peru recorre ao suicídio

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O ex-presidente do Peru Alan García, de 69 anos, morreu nesta quarta-feira (17) durante cirurgia, após dar um tiro na cabeça ao receber ordem de prisão em sua casa, no bairro Miraflores, em Lima. Ele era acusado de corrupção em caso envolvendo a empresa brasileira Odebrecht.

Alan Garcia foi internado com um ferimento de bala na cabeça e depois começou a ser operado às 7h10, segundo informação do Ministério da Saúde. Cinco horas depois, seu advogado anunciou sua morte em sua conta no Twitter, dizendo que Garcia já estava “junto” com o fundador e líder histórico de seu partido Aprista peruano, Victor Raul Haya de la Torre, que morreu em 1979.

O ministro do Interior, Carlos Moran, informou à imprensa que Garcia disse à polícia e ao promotor que eles vieram prendê-lo, que ele ligaria para seu advogado do quarto, onde deu um tiro no ouvido.

Garcia foi encontrado sentado e os agentes policiais o transferiram para o hospital. Ele teve três paradas cardíacas e foi reanimado.

O presidente do Peru, Martín Vizcarra, lamentou no Twitter a morte de Alan García. “Consternado com a morte do ex-presidente. Envio minhas condolências à família e pessoas queridas”.

FAlan Garcia, Perú. REUTERS/Guadalupe Pardo/File Photo

Investigação – A Justiça peruana ordenou a prisão preventiva por dez dias do ex-presidente por suspoto recebimento de propinas em crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influências no caso da Odebrecht. 

O ex-presidente garantia que nunca recebeu dinheiro da Odebrecht, que está no centro do escândalo de corrupção Lava Jato, o maior na história da América Latina, uma vez admitindo em 2016, como parte de um acordo legal com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que pagou quase 800 milhões dólares para os políticos da região em troca de grandes contratos.

O caso  já levou à prisão vários políticos latino-americanos, especialmente no Peru, onde o ex-presidente Pedro Pablo Kucyznski foi preso na semana passada como parte de uma investigação sobre lavagem de dinheiro relacionada a seus laços com a empresa brasileira. Além disso, Kuczynski, dois outros ex-presidentes peruanos, Alejandro Toledo e Ollanta Humala, são condenados ou acusados ​​no contexto do escândalo. Kuczynski foi transferido ontem à noite para uma clínica com pico de pressão arterial, disseram parentes hoje.

 

(Com informações da Agência Brasil e Telám)

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