Grevistas bloqueiam vias em protesto contra reformas do governo

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AQUILES EMIR

São Luís amanheceu com algumas de suas principais via bloqueadas por militantes de centrais sindicais que lideram o movimento grevista contra as reformas Trabalhista e da Previdência Social. O projeto da Reforma Trabalhista foi aprovada quarta-feira (26) na Câmara dos Deputados (vai ser encaminhada ao Senado) e da Previdência deve ser colocada em votação até dia 10 de maio. Na primeira, 12 dos 18 deputados federais maranhenses votaram a favor.

Os líderes sindicais também bloquearam garagens das empresas de transporte, impedindo que os ônibus pudessem circular, e com isto milhares de pessoas foram impedidas de se deslocar de casa para o trabalho ou para cumprir outras obrigações, como consultas médicas, audiências judiciais, entrevista para um novo emprego etc.

Mesmo com os bloqueios em diversos pontos da cidade havia movimento, que foi prejudicado por conta da falta do transporte de massa.

Quem precisou sair de casa teve de recorrer a transporte alternativo

Com as ruas esvaziadas, os coordenadores do protesto fizeram um balanço parcial positivo da paralisação. Na BR 135, única via de entrada e saída da cidade, na ligação com o continente, desde às 04h foram feitos piquetes com pneus incendiados, impossibilitando a passagem de qualquer tipo de veículo, inclusive ambulâncias, viaturas policiais e outros. O protesto foi montado bem em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal, que nada fez para desobstruir a rodovia.

A mesma situação foi verificada em outro ponto da BR, no Anjo da Guarda, bem em frente ao Corpo de Bombeiros, na cabeceira da Barragem do Bacanga, que liga a zona portuária ao Centro Histórico. Por volta das 09h, alguns dos líderes chegaram a ceder às pressões das pessoas que pediam para passar por essas estradas, solicitando uma liberação de pelo menos de dez em dez minutos, porém os diretores da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ameaçaram sair da manifestação se esta concessão fosse dada, até mesmo para quem necessitava por estar em situação de urgência ou emergência, e assim os bloqueiros foram mantidos.

João Damasceno, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), ao comemorar o sucesso do bloqueio, bradou contra o governo: “Nenhum direito a menos”, esquecendo que na luta pelos seus direitos os líderes sindicais estavam prejudicando o direito de quem se recusava a aderir ao movimento.

Com as BRs bloqueadas veículos ficaram retidos nos piquetes dos grevistas

Já o presidente da Força Sindical no Estado, Frazão Oliveira, numa entrevista à Mirante AM, ao mostrar como estava a adesão da população ao protesto, explicou: “bloqueamos a BR 135 em São Luís; a Ponte da Amizade, em Timon, a Belém-Brasília, entre Imperatriz e Açailândia; e bloqueamos as saídas de ônibus. A adesão é grande”, comemorou.

No Centro de São Luís, tropas do Sindicato dos Comerciários fizeram blitzen na Rua Grande para intimidar tanto os empresários quanto os empregados que insistiam em trabalhar, mas mesmo assim em diversos bairros da cidade, como João Paulo, Cohab-Anil, São Cristóvão, Cidade Operária etc, as lojas abriram normalmente. Os shopping centers também funcionaram normalmente, assim como o Aeroporto Internacional Hugo da Cunha Machado, já que os aeroviários desistiram da adesão ao movimento.

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