Gustavo Bebiano diz que Carlos Bolsonaro fez “macumba psicológica” na cabeça do presidente

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Em entrevista exclusiva concedida ao programa “Os Pingos nos Is” da Rádio Jovem Pan, nesta terça-feira (19), o ex-ministro da Secretaria de Governo Gustavo Bebiano responsabilizou o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, pela crise que culminou na sua queda no Governo. “Fui demitido pelo Carlos Bolsonaro”, disse.

Bebiano afirmou que o filho de Bolsonaro “tem um nível de agressividade acima do normal, um destruidor de reputações”. Nesse período em que passou no Hospital Albert Einstein para retirada da bolsa de colostomia, o presidente, segundo o ex-ministro, “teve a cabeça inflamada pelo pai”.

“A minha indignação é ter servido como um soldado leal, disposto a matar e morrer, e no fim da linha ser crucificado, [tendo] levado um tiro nas costas, sendo tachado de tudo o que há porque o senhor Carlos Bolsonaro fez macumba psicológica na cabeça do pai. Eu não posso admitir isso, não é correto.”

Bebianno relatou ainda um episódio ocorrido durante a campanha no qual o filho de um colaborador teria tentado o suicídio, usando uma faca para mutilar o pescoço, após ter assistido seu pai ser chamado de “vagabundo” por Carlos Bolsonaro.

“Se Carlos fosse meu filho, eu estaria preocupado, porque ele coleciona inimigos. Ele vive de teorias da conspiração, vive dentro de uma caixa”, disse em referência ao vereador carioca.

Para alguém se certificar do que diz, o ex-ministro sugeriu ouvir vereadores e funcionários da Câmara Municipal do Rio. “Se você ouvir membros do Câmara do Rio, muitas pessoas foram atacadas de forma veemente sem nenhum motivo pelo Carlos. Esse troço virou bola de neve e as pessoas têm medo de se confrontar.”

Ainda sobre Carlos, afirmou que o filho do presidente também entrou em rota de colisão com André Marinho, filho de Paulo Marinho – colaborador na campanha e suplente do senador Flávio Bolsonaro. Sobre os atritos na relação do governo com a imprensa, Bebbiano disse que, desde a campanha, trabalhou para melhorar a imagem do então candidato com a mídia tradicional.

Ameaças – Bebianno confirmou ter recebido ameaças por meio do WhatssApp e das redes sociais desde que a rusga com Carlos foi exposta no Twitter, quando foi acusado  de ser mentiroso. “Tem muito valentão de internet, valentões de celular. São covardes que atacam em grupo ou pelas costas”, reclamou.

O ex-ministro fez questão de rechaçar o rótulo de “homem bomba” e garantiu que não fará campanha contra o presidente. “Tenho caráter, não vou atacar nosso presidente, que é um homem correto. Esse governo vai dar certo”, afirmou.

Na sequência, elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e classificou a “ala militar como o que há de melhor”.

Ele também reafirmou que não aceitaria cargos em troca de sua cadeira de ministro – uma diretoria em Itaipu Binacional, com salário de mais de 1 milhão de reais. “Não aceito sair pela porta dos fundos, como cachorro escorraçado.”

(Com informações da Jovem Pan)

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