Maranhense que conheceu 140 países andando de muletas homenageado com selo dos Correios

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Nesta quarta-feira (13), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) lança o selo personalizado em homenagem ao engenheiro agrícola maranhense Luiz Thadeu Nunes e Silva, que, apesar da mobilidade reduzida, já visitou 140 dos 193 países membros da Organização das Nações Unidas, tornando-se reconhecido pelo Livro dos Recordes Brasileiros como o sul-americano que mais rodou o mundo.

Luiz Thadeu ficou com a mobilidade reduzida em consequência de um acidente ocorrido em 2003. Ele voltava de um trabalho, no Rio Grande do Norte, quando o taxista foi atender o celular, perdeu o controle do carro e bateu de frente com um caminhão. Luiz Thadeu sofreu fratura exposta do fêmur, passou por 43 cirurgias e algumas complicações ao longo de quatro anos de tratamento, no Rio Grande do Norte, Maranhão e São Paulo.

Primeira viagem ao exterior – Superada essa fase e alguma resistência pessoal, um dos filhos dele, que estava estudando inglês em Dublin, na Irlanda, convenceu o pai a visitá-lo. O agrônomo planejou, então, sua primeira viagem com a esposa por oito países da Europa – ainda sem a pretensão de pôr em prática o que está fazendo hoje. Depois dessa experiên­cia, em que descobriu que a vida de muletas não era tão difícil quanto imaginava, Luiz Thadeu se viciou em viajar.

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“Foi a forma que eu encontrei para me recuperar. Compensar o tempo que passei parado fazendo tratamento”, afirma. “Mesmo com a minha dificuldade de locomoção, posso ir a qualquer lugar do mundo. Não existe um destino ao que eu deixe de ir. E sempre procuro levar alguém comigo”, garante. Para se ter ideia, ele e suas muletas já pisaram, num mesmo mês, nos dois extremos habitados da Terra: Ushuaia, na Argentina, também conhecida como “Fim do Mundo”, e Barrow, no Alasca, a cidade mais setentrional do planeta, habitada por pouco mais de 2 mil pessoas.

Durante mais da metade desse período – uma temporada de oito meses e outra de 22 meses –, precisou usar fixadores externos da bacia até o pé. “Nessa época, eu me auto exilei, não queria que me vissem com aqueles ferros horríveis. Foi muito traumático”, disse ele em entrevista à revista Planeta.

Lançamento – A cerimônia de lançamento será realizada no Espaço Braille da Biblioteca Pública Benedito Leite, às 15h. Na oportunidade, será aberta ao público a exposição de fotografias do viajante, retratando as experiências vividas em suas viagens.

Com a emissão de selos postais, os Correios tornam possível que esta história seja contada de maneira honrosa e detalhada por meio do poder perpetuador da filatelia, que é a arte de colecionar e pesquisar selos postais.

(Com dados da Planeta e imagens de arquivo pessoal)

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