Ministério da Saúde desaconselha Ibuprofeno para tratar infectados por Covid-19

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Nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde recomenda “o não uso” de ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidal (AINE) para pessoas com sintomas do novo coronavírus. A orientação do ministério segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que desde esta terça-feira (17) indica medicações analgésicas, tais como paracetamol e dipirona.

Os anti-inflamatórios não esteroidal, como ibuprofeno, costumam ser utilizados em casos de dor, febre, inflamações e cólicas menstruais. Apesar de muito difundidos, autoridades sanitárias questionam a eficácia dos medicamentos.

Desde o ano passado, conforme noticiado pela Agência Brasil, a Agência Nacional de Segurança do Medicamento e dos Produtos de Saúde da França alerta que esse tipo de fármaco pode agravar infecções durante tratamentos.

A nota técnica também trata do uso de Inibidores de Enzima Conversora de Angiotensina (IECA), prescritos para tratamento da hipertensão arterial, e dos Bloqueadores de Receptores de Angiotensina (BRA), usados no tratamento de insuficiência cardíaca, entre pacientes que tenham contraído a Covid-19.

Conforme o documento, em linha com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, não há “evidências definitivas” que esses medicamentos possam ser “fator de risco de gravidade” para pessoas com o novo coronavírus e que já sofram com hipertensão, insuficiência cardiáca e também diabetes. Dessa forma, a nota recomenda que “os pacientes não interrompam seus tratamentos de medicamentos IECA ou BRA, principalmente sem recomendação médica”.

Jacqueline Goes de Jesus, uma das cientistas do Brasil que concluiu o sequenciamento do DNA do coronavírus.

Autópsia – As confirmações de morte pelo novo coronavírus utilizaram uma nova técnica, menos invasiva, desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). Para o procedimento, é feita uma pequena incisão da pele que permite acessar os órgãos e tecidos internos visualizados com dispositivos de imagem. A intenção é proteger os profissionais de saúde, possibilitando o mínimo contato com os corpos para evitar o contágio.

O protocolo deverá ser implementado no Hospital das Clínicas, vinculado a FM-USP, que assim como os outros hospitais que atenderem os doentes, devem ser responsáveis por confirmar as mortes causadas pelo vírus. As análises permitirão ainda a coleta e o armazenamento de amostras que permitirão mais estudos e melhor compreensão da ação da doença.

A técnica usa um equipamento portátil de ultrassom do tamanho de um tablet. A ferramenta, usada pelo exército norte-americano para confirmar mortes por febre amarela em zonas de conflito, foi adquirido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Com ele, é possível visualizar os órgãos internos e coletar amostras de tecido para análise.

Os protocolos foram usados pela primeira vez no Brasil em 2018, durante o surto de febre amarela. Na época, foram feitas 60 autópsias usando a técnica.

(Agência Brasil)

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