Ministério Público denuncia transporte ilegal de madeira com conivência de policiais rodoviários

963
Porto Velho, Rondonia, 27 maio 2010. Jaci Parana, distrito de Porto Velho, a 88km de distancia, e onde esta sendo construida a Usina HidrelŽtrica de Jirau. A cidade tem recebido milhares de trabalhadores rotativamente. Consequentemente, casos de malaria e de violencia estao aumentando na cidade, que esta sem estrutura para receber o montante de gente. Uma devastacao perversa esta ocorrendo em Jaci-Parana, e possivel ver caminhoes sem placa recheados de toras de madeira extraida ilegalmente circulando por ruas afastadas do distrito. O mercado esta caotico e os moradores antigos estao incomodados e desconfiados.

O Ministério Público Federal (MPF) no Maranhão ofereceu denúncia contra organização criminosa que se especializou em fazer circular madeira ilegal pelas rodovias federais do Maranhão, com a participação direta de policiais rodoviários federais, que foram afastados de suas funções. A Justiça Federal aceitou a denúncia.

De acordo com as investigações, havia um grupo de pessoas que atuava como facilitadora do transporte de cargas de madeira clandestina no Maranhão; esses intermediários entravam em contato com os policiais rodoviários federais participantes do esquema no posto da PRF em Santa Inês/MA, para combinar a passagem de caminhões carregados sem a fiscalização, mediante o pagamento de propina.

As propinas eram entregues aos policiais rodoviários federais durante a passagem dos caminhões pelo posto da PRF em Santa Inês ou em encontros em locais próximos, como postos de gasolina e oficinas mecânicas; em troca, os PRFs integrantes do esquema permitiam a passagem da madeira sem qualquer fiscalização. Além da PRF, verificou-se que fato semelhante ocorria no Posto Fiscal Estaca Zero, envolvendo os conferentes de cargas, que permitiam também a passagem dos veículos.

A madeira ilícita circulava entre o Pará e o Maranhão, sem a documentação que garantiria a sua procedência legal ou era fraudada – o DOF, que é expedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A denúncia do MPF é o resultado do trabalho conjunto desenvolvido pelo MPF, PF e Corregedoria da PRF, em decorrência da operação Via Perditionis, que foi deflagrado em novembro de 2018, com ordens judiciais de prisão preventiva dos intermediários e de afastamento dos policiais rodoviários federais envolvidos.

Agora, os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, transporte ilegal de madeira, impedir ação fiscalizadora ambiental, corrupção passiva e receptação qualificada.

(Do MPF)

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui