Ministro nega que tenha usado candidatos “laranjas” em Minas Gerais

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O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, negou que tenha participado de um esquema de candidaturas laranja no PSL, em Minas Gerais, para desviar dinheiro do Fundo Partidário. Nesta quarta-feira (10), ele participou de uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e foi cobrado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

“Sempre agi dentro da legislação eleitoral e nunca fiz algum procedimento inadequado para macular a minha imagem ou a imagem do meu partido. O processo corre em segredo de Justiça e confio nas instituições Polícia Federal e Ministério Público. Esse inquérito vai ser a melhor oportunidade de provar que não tenho nenhum problema e nenhuma atitude inadequada à frente da legenda em Minas”, explicou o ministro, que foi eleito deputado federal e se licenciou para assumir o cargo.

A senadora Eliziane Gama foi a única a questionar Marcelo Álvaro Antônio sobre o assunto. Ela disse que ficou indignada com as denúncias, visto que, segundo ela, as mulheres foram usadas como instrumentos pelos homens para alcançarem seus objetivos.

“Lutamos muito para chegar aqui. Não foi fácil, houve muita luta e empenho. E ser usada desse forma é terrível, pois traz o retrocesso e mostra para alguns uma falsa verdade de que o sistema de cotas para mulheres tem que ser eliminado, o que é muito ruim. Acho até que renderia um pedido de desculpas às mulheres brasileiras”, lamentou.

A parlamentar lembrou que no governo Itamar Franco, quando algum ministro era acusado de alguma irregularidade, havia a orientação para que ele se licenciasse temporariamente até que tudo fosse apurado. “É uma atitude que o governo Bolsonaro deveria tomar para que a gente pudesse ter de fato uma uma investigação isenta”, opinou.

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), por sua vez, ressaltou que o PSL não é o único partido envolvido em acusações de irregularidades. Segundo ele, várias outras legendas têm explicações a dar.

“Há diversos partidos envolvidos, inclusive o partido pelo qual disputei o Senado, o Solidariedade. É preciso darmos essa amplitude ao assunto para que fique preservado o direito à defesa e o direito à informação. O assunto tem sido divulgado de uma forma até exagerada em relação ao ministro, pelo destaque da posição que ocupa. Essa é uma ação ampla, com todos os partidos sob suspeita. Uma reforma do sistema político é necessária no país”, afirmou.

(Agência Senado)

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