Após dois anos de quedas consecutivas – 2015 (-4,1) e 2016 (-5,6) – o Maranhão voltou a registrar aumento no seu Produto Interno Bruto (PIB). Segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a variação em 2017 foi de 5,3% (a quarta maior do país), o que dá ao estado uma participação de 1,4% no PIB nacional.
Rio de Janeiro, Sergipe e Paraíba foram os únicos estados com queda no Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 e acumularam o terceiro ano seguido negativo, de acordo com o Sistema de Contas Regionais, divulgado hoje (14) pelo IBGE. Na semana passada, o instituto revisou o PIB nacional de 1,1% para 1,3%.
Os resultados dos três estados são explicados de formas diferentes. O Rio de Janeiro, com recuo de 1,6%, foi o único estado com recuo na Agropecuária (-2,0%), na Indústria (-3,1%) e nos Serviços (-1,5%).
“No Rio, a queda em volume está ancorada nas atividades de construção civil e de comércio e serviços de informação e comunicação. Temos que lembrar que em 2016 houve Olimpíadas, então a base de comparação é elevada. Isso também corrobora para essa queda”, explicou a gerente de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça.
As variações negativas do PIB de Sergipe (-1,1%) e da Paraíba (-0,1%) são explicadas pela retração da Indústria, também puxada pelo setor da Construção. “Sergipe tem uma influência direta da atividade de eletricidade, em que pese que a usina de Xingó reduziu a produção em 2017, por causa da redução da vazão. Na Paraíba, a explicação está na atividade nas indústrias de transformação”, afirmou Alessandra.
Entre as demais 24 unidades da federação, a alta de 2017 é a primeira após dois anos de quedas seguidos, com exceção de Roraima e Distrito Federal, que não tiveram variações negativas em 2016.
Seção 2 – PIB pela ótica da produção Subseção 2.1: Variações em volume | ||||||||
Unidades da Federação | PIB | Variação em volume do Valor Adicionado Bruto (%) | ||||||
Valor (R$ 1 000 000) | Participação (%) | Posição da variação em volume | Variação em volume (%) | Total | Agropecuária | Indústria | Serviços | |
Mato Grosso | 126.805 | 1,9 | 1º | 12,1 | 12,5 | 45,2 | 2,0 | 3,2 |
Piauí | 45.359 | 0,7 | 2º | 7,7 | 7,8 | 130,3 | -3,8 | 2,0 |
Rondônia | 43.506 | 0,7 | 3º | 5,4 | 5,3 | 19,6 | 8,1 | 1,6 |
Maranhão | 89.524 | 1,4 | 4º | 5,3 | 5,4 | 37,7 | -3,5 | 4,1 |
Amazonas | 93.204 | 1,4 | 5º | 5,2 | 4,9 | -3,0 | 7,5 | 4,3 |
Mato Grosso do Sul | 96.372 | 1,5 | 6º | 4,9 | 5,2 | 25,0 | 1,5 | 0,0 |
Santa Catarina | 277.192 | 4,2 | 7º | 4,0 | 3,6 | 9,5 | 1,4 | 3,9 |
Alagoas | 52.843 | 0,8 | 8º | 3,3 | 3,6 | 24,7 | -6,3 | 0,9 |
Pará | 155.195 | 2,4 | 9º | 3,2 | 3,2 | 7,4 | 4,4 | 1,8 |
Tocantins | 34.102 | 0,5 | 10º | 3,1 | 3,3 | 26,7 | -4,0 | 0,7 |
Roraima | 12.103 | 0,2 | 11º | 2,4 | 2,6 | 1,0 | -2,8 | 3,3 |
Goiás | 191.899 | 2,9 | 12º | 2,3 | 2,8 | 19,2 | -0,6 | 0,9 |
Pernambuco | 181.551 | 2,8 | 13º | 2,1 | 1,7 | 9,2 | 1,4 | 1,4 |
Paraná | 421.375 | 6,4 | 14º | 2,0 | 2,0 | 12,0 | -0,2 | 1,3 |
Rio Grande do Sul | 423.151 | 6,4 | 15º | 1,8 | 1,8 | 11,4 | -1,8 | 1,6 |
Amapá | 15.480 | 0,2 | 16º | 1,7 | 1,6 | 2,0 | 4,9 | 1,2 |
Minas Gerais | 576.199 | 8,8 | 17º | 1,7 | 1,5 | 1,5 | 0,5 | 1,9 |
Ceará | 147.890 | 2,2 | 18º | 1,5 | 1,5 | 32,5 | -2,8 | 0,7 |
Unidades com superiores à do Brasil | 2.983.751 | 45,3 | 3,1 | 3,0 | 17,2 | 0,5 | 1,9 | |
Brasil | 6.583.319 | 1,3 | 1,3 | 14,2 | -0,5 | 0,8 | ||
Unidades com variações inferiores à do Brasil | 3.599.568 | 54,7 | -0,1 | -0,2 | 3,3 | -1,5 | 0,0 | |
Rio Grande do Norte | 64.295 | 1,0 | 19º | 0,5 | 0,5 | 9,5 | -6,2 | 1,8 |
Espírito Santo | 113.352 | 1,7 | 20º | 0,5 | 0,4 | 12,0 | -0,3 | -0,2 |
Distrito Federal | 244.683 | 3,7 | 21º | 0,3 | 0,4 | 20,3 | -8,5 | 0,7 |
São Paulo | 2.119.854 | 32,2 | 22º | 0,3 | 0,1 | -0,9 | -0,3 | 0,2 |
Acre | 14.271 | 0,2 | 23º | 0,2 | 0,1 | -10,5 | -6,7 | 2,4 |
Bahia | 268.661 | 4,1 | 24º | 0,0 | 0,0 | 7,1 | -2,9 | 0,2 |
Paraíba | 62.387 | 0,9 | 25º | -0,1 | 0,0 | 8,9 | -4,5 | 0,5 |
Sergipe | 40.704 | 0,6 | 26º | -1,1 | -1,0 | 31,3 | -11,7 | -0,3 |
Rio de Janeiro | 671.362 | 10,2 | 27º | -1,6 | -1,8 | -2,0 | -3,1 | -1,5 |
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência |
Em São Paulo, estado com a maior economia do Brasil, o PIB variou 0,3%, com influência dos resultados negativos da Construção (-8,5%), Atividade financeira, seguros e serviços relacionados (-3,3%) e Serviços de Informação e comunicação (-1,4%).
Os resultados na Construção seguiram o panorama nacional (-9,2%) e o estado acumulou queda de 23,4% desde 2014. A queda em volume na atividade financeira está vinculada à diminuição nas operações de crédito pelo segundo ano consecutivo e também à redução da taxa Selic. São Paulo é responsável por mais de 50% da atividade financeira do país.
São Paulo perde participação – As regiões Sudeste e Centro-Oeste perderam participação no PIB nacional entre 2016 e 2017, uma consequência das perdas de participação de São Paulo (-0,3 ponto percentual), e do Mato Grosso (-0,1 p.p.) e Distrito Federal (-0,1 p.p.).
A perda na participação de São Paulo é explicada principalmente pela Atividade Financeira, seguro e serviços relacionados, por causa da sua redução nas operações de crédito e de depósitos no Brasil.
Outro setor que influenciou a queda na participação foi o da Construção. “São Paulo é responsável por 30% da atividade brasileira. Então quando a gente observa a atividade da construção no Brasil, ela já perde 0,8 ponto percentual em relação a 2016. E a participação de São Paulo se mantém, entre 2016 e 2017. Então com isso a economia vai perder participação no total do PIB do país”, afirmou.
PIB per capita – Em 2017 o Distrito Federal se manteve como o maior PIB per capita do Brasil, com o valor de R$ 80.502, cerca de 2,5 vezes maior que o brasileiro. Depois do Distrito Federal, os maiores PIB per capita foram São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná, enquanto Maranhão e Piauí foram os menores. Desde o início da série analisada, em 2002, esses dois estados se alternam nas últimas posições do ranking.