Flávio Dino diz que eleição de 2018 será mais difícil que a de 2014

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Flávio Dino tenta relacionar diversas mortes com os tempos de treva"

AQUILES EMIR

Ao participar neste sábado (18), em Brasília (DF), do 14° Congresso do Partido Comunista do Brasil, o governador Flávio Dino, pela primeira vez, admitiu que pode perder a eleição do próximo ano, ao dizer que os avanços por ele promovidos na gestão no estado “estão ameaçados em 2018”, ano em que disputará a reeleição. Segundo ele, “essa é uma batalha maior que a de 2014”, pois, apesar da aprovação popular da sua gestão, “o projeto de governo é alvo de ataques da direita oligarca que comandou o estado por cinco décadas”.

O governador disse também que precisar formar uma aliança de peso para disputar a eleição. “A gente sabe a dimensão dos interesses que estão em jogo e que se movimentam contra a nossa experiência de governo. Não vamos vencer essa batalha sozinhos, mas porque temos um partido e aliados caminhando conosco”, declarou, lembrando a importância das alianças estabelecidas em seu governo. Em 2014, a chapa Dino contou com nove partidos, entre os quais PP, SD, Pros, PSDB e PPS.

Como não poderia deixar de ser, Flávio Dino dedicou boa parte do seu discurso para atacar o clã Sarney e numa referência ao patriarca José Sarney admitiu que trata-se do “político mais vitorioso, no sentido eleitoral e de política tradicional burguesa, da história do país”. Segundo ele, desde que chegou ao Congresso Nacional nos anos 1950, Sarney só deixou de apoiar um presidente da República, ele próprio, entre 1985 a 1990. “Esse é o nosso adversário”, afirmou.

Mídia – O governador disse que desde que assumiu o Estado em 2015, enfrenta o ataque midiático desencadeado pela família Sarney, proprietária de diversos veículos de comunicação, “o que foi intensificado com factoides que buscam ter impacto nacional”, numa referência aos últimos escândalos que abalaram sua administração.  “Toda hora eles fabricam um negócio absurdo”, declarou.

Flávio Dino chegou a dizer que é “possível o uso dos aparelhos federais contra o governo” por conta da proximidade da batalha eleitoral, até porque a sua derrota interessa a outros atores da política e da economia. “O Maranhão tem um PIB de R$ 75 bilhões, não é um estado que esteja imune aos interesses econômicos em dimensão nacional e até internacional”.

 Embate – Apesar das reclamações, Flávio Dino disse que está preparado e disposto ao embate, pois “é possível nessa quadra de dificuldades realizar um governo criativo, imaginativo e audacioso”. Ele apontou as dificuldades enfrentadas pelo seu governo diante da profunda crise econômica. Nas contas do Maranhão, disse ele, o corte foi de R$ 1,3 bilhão das verbas federais no último período.

Aos camaradas comunistas, disse que uma das primeiras medidas de seu governo foi conceder um aumento de R$ 500 milhões para os servidores públicos do estado. “Fizemos isso para estabelecer medidas contracíclicas. Se havia uma tendência recessiva, nós tínhamos que manter a economia funcionando. O certo é que hoje, um professor com jornada de 40 horas, começa ganhando R$ 5.400,00 e vai até R$ 8 mil”.

Sobre sua política fiscal, explicou que pratica aquilo que acredita no terreno da política tributária, a progressividade, ou seja, “quem pode mais, paga mais”. Para ele, isto está no Manifesto Comunista, mas também é previsto no Artigo 145 da Constituição Federal. Flávio Dino chegou a lembrar que o proprietário de uma moto consegue quitar os tributos atrasados com apenas R$ 50,00 por ano. “Já o proprietário de um veículo com valor de R$ 120 mil, o imposto foi elevado”.

Por fim, Flávio Dino reafirmou que o “golpe de 2016”, que afastou a presidenta Dilma Rousseff, e a agenda de reformas de Michel Temer representaram um retrocesso para o país. “Me posicionei ontem e continuo a me posicionar hoje contra o impeachment, contra a reforma trabalhista e previdenciária, demonstrando que é possível governar de um modo diferente”, completou.

(Com dados do Vermelho – www.vermelho.org.br – e fotos de Richard Silva)

2 COMENTÁRIOS

  1. Nada poderá tirar a certeza da reeleição do melhor governador do Brasil.
    Se ele falou de dificuldades é porque ele é humilde, mas sabe que o povo do Maranhão é a seu favor.
    Ele terá seu segundo mandato, em nome de Jesus.

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