Bolsonaro lidera corrida presidencial, mas pela primeira vez Flávio Dino aparece no retrovisor

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Jair Bolsonaro já enxerga Flávio Dino entre os que podem atravessar seu caminho em 2022 (Agência Brasil/Divulgação)

Pela primeira vez o governador Flávio Dino (PCdoB) aparece numa pesquisa sobre intenções de votos para a Presidência da República e, embora ainda distante do líder, seus percentual não é nada desprezível, ou seja, já é possível ser visto pelo retrovisor. Segundo levantamento realizado pela consultoria política Atlas Político, entre 07 e 09 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), lidera em todos os cenários e seus principais adversários seriam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz federal Sergio Moro.

Sem Lula e Moro na disputa, Bolsonaro aparece com 41% das intenções de voto, vindo em segundo lugar o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 14% dos votos e arás deles os governadores do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), que tem 13%, e o de São Paulo, João Doria (PSDB), que fica com apenas 2,5%.

A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (12) pelo jornal espanhol El País. Segundo a reportagem, os indecisos ou que declararam voto branco ou nulo é expressiva, chegando a 27%. O percentual é muito próximo da realidade das presidenciais de 2018, quando essa faixa do eleitorado bateu 30%. Por outro lado, as abstenções diminuem significativamente quando Lula e Moro entram na disputa. Neste cenário, o total de votos brancos, nulos e indecisos fica em 9%.

Bolsonaro e Lula brigam pelo primeiro lugar, com 32% e 28% das intenções de voto, respectivamente. Moro, que tem refutado oficialmente qualquer intenção de disputar a presidência como rival do atual presidente, segue logo atrás, com 20%, seguido de Huck (6%), Dino (3%) e Doria (0,6%).

A pesquisa foi realizada na Internet via convites randomizados com 2.000 pessoas, entre os dias 7 e 9 de fevereiro, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Segundo os pesquisadores, nesta primeira série o nome do presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não foi incluído para poder delimitar o número de cenários.

O cenário em que Lula disputa a eleição é meramente hipotético. Condenado em segunda instância no processo do tríplex, mesmo solto desde novembro o petista não pode se candidatar, pois se enquadra na Lei da Ficha Limpa. Seus advogados, no entanto, tentam anular a condenação, questionando a atuação do então juiz Sergio Moro no caso.

O pedido começou a ser julgado no Supremo Tribunal Federal no ano passado, mas foi interrompido por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Caso a maioria dos ministros do STF decida que Moro atuou de forma parcial, a condenação do ex-presidente no caso do tríplex volta à estaca zero, retornando para a primeira instância. Neste caso, Lula deixaria de ser ficha suja e estaria livre para se candidatar.

Em linhas gerais, a pesquisa do Atlas Político de agora mostra cenários bastante parecidos com o de 2018. Naquele ano, o PT lançou Lula candidato enquanto o petista ainda estava preso. Os levantamentos mostravam que ele liderava com folga em todos os cenários. Mas, impedido de disputar, o ex-presidente acabou substituído no último instante do prazo para o registro de candidaturas pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. As intenções de voto no “candidato de Lula” despencaram, mas ainda assim Haddad foi para o segundo turno. Bolsonaro foi eleito com 55% dos votos, contra 44% do ex-prefeito paulistano.

Esse cenário se repete nesta pesquisa. Se o segundo turno das eleições fosse hoje, um candidato apoiado por Lula —qualquer que fosse ele—também ficaria em segundo lugar nos dois cenários criados pelos pesquisadores. Contra Jair Bolsonaro (45%), alguém apoiado por Lula teria 35% dos votos. O percentual do indicado pelo petista permanece parecido (36%) quando a disputa é contra Sergio Moro. O que muda, no entanto, é que o ministro ganharia com ainda mais folga, com 54% das intenções de voto.

(Com informações do El País)

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