Previsões para seca nos estados da região Nordeste para este ano são alarmantes

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A seca na Região Nordeste, que já dura cinco anos, deve se agravar ainda mais no período de fevereiro a abril, de acordo com a Previsão Climática Sazonal. O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

“As projeções são alarmantes para o Nordeste. A tendência é de chuvas abaixo da média histórica para o trimestre”, afirma a pesquisadora Renata Tedeschi, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe). Segundo ela, para a região Norte, a previsão aponta para a ocorrência de chuvas dentro do normal para o período com probabilidade de aumento acima da média, ou seja, o Maranhão pode ser menos afetado devido à sua posição geográfica mais próxima do Norte.

As previsões indicam que este ano haverá menos chuvas no Nordeste, causando preocupação com o quadro hídrico. Segundo o documento, a tendência é que os reservatórios do Nordeste não tenham recuperação significativa durante a estação chuvosa, uma vez que as precipitações devem ficar abaixo da média histórica. Segundo a pesquisa, as chuvas deverão ficar abaixo da média histórica no período de dezembro a fevereiro de 2017.

Já no Sudeste e Centro-Oeste do país, mesmo com o início da estação chuvosa, os reservatórios somente irão retornar ao nível normal com a ocorrência de chuvas acima da média. Os dados estão na Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) divulgada nesta sexta-feira (25).

Água – Os pesquisadores alertam para o “acentuado risco” de esgotamento da água armazenada em represas e açudes, entre novembro deste ano e janeiro de 2018, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco.

“A seca prolongada castiga o Nordeste desde 2010, ficou mais acentuada em 2012 e agora temos uma previsão abaixo do esperado. Isso ocorre, em parte, porque o La Niña não está bem configurado ainda. A projeção é de La Niña de curta duração e fraca intensidade. Se fosse de alta intensidade as chuvas aumentariam no Nordeste. Então, o que comanda o clima no Nordeste é o Atlântico Norte, que está aquecido”, explica Renata Tedeschi.

Pelo aumento do potencial de queimadas a partir de fevereiro, a estiagem na região do extremo norte da Região Norte também gera preocupação, especialmente nas áreas leste e nordeste de Roraima.

Isso deve ocorrer em função das temperaturas mais altas. A seca eleva o risco de focos de incêndio, que podem se alastrar por grandes áreas de floresta. “Se a cobertura vegetal diminui, o solo fica mais exposto e gera um aumento maior na temperatura. É um círculo vicioso”, diz o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo. O Cemaden é ligado ao MCTIC e tem participação no grupo de trabalho.

(Agência Brasil com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia)

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