Só o Banco do Brasil não é privatizável, diz Geraldo Alckmin em encontro com empresários

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Até Petrobras, exceto prospecção de petróleo, deve ser vendida

AQUILES EMIR

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato a presidente da República pelo PSDB, declarou, com exclusividade a Maranhão Hoje, nesta sexta-feira (04), antes do debate com a classe empresarial em São Luís, que, das empresas estatais, apenas o Banco do Brasil não é privatizável. Segundo ele, até mesmo a Petrobras, com exceção da prospecção de petróleo, pode ser transferida para a iniciativa privada, principalmente as empresas a ela ligadas, como Liquigás, BR Distribuidora e até mesmo as refinarias de petróleo.

Alckmin foi provocado a responder se estaria disposto, na eleição deste ano, a defender com mais ênfase, ao contrário de 2006, o legado do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso no que diz respeito à diminuição do Estado. Ele disse que sim, e garantiu que a população seria protegida de uma possível exploração empresarial pelos serviços das estatais privatizadas pelo fortalecimento das agências reguladoras, que devem deixar de receber indicações políticas para terem uma atuação mais técnica.

O ex-governador paulista frisou ainda que a sinalização de uma diminuição do poder público no setor produtivo ajuda a atrair capital privado para o país, mas isto não seria suficiente para garantir novos investimentos, pois o Brasil precisa urgentemente é de segurança jurídica para o empreendedor ter a certeza de que poderá investir sem riscos de mudança de regra.

Custos – No debate com os empresários, Alckmin criticou o custo Brasil. Segundo ele, é inadmissível que no Brasil o preço de um veículo corresponda a duas vezes e meia o quanto custa nos Estados Unidos e que um minuto de telefone celular seja sete vez mais do que nos EUA e em outras partes do mundo.

Ainda de acordo com o presidenciável tucano, é preciso que o custo do dinheiro caia nos bancos a fim de facilitar o acesso do pequeno tomador de empréstimo. Ele criticou o fácil acesso dos ricos aos bancos de fomento, a exemplo do BNDES, e a dificuldade aos pobres, como se o Brasil estivesse elegendo quem deve ser milionário e quem será condenado a ser sempre pequeno e pobre.

Geraldo Alckmin lembrou ainda que um dos maiores desafios para o futuro governo é a geração de empregos e observou que, apesar de ser compreensível a modernização dos meios de produção, é preciso que sejam criados salários para haver consumo daquilo que essas indústrias produzem, e estes advém do emprego de gente.

Ele acredita que neste quesito de geração de oportunidades de trabalho o poder público pode ter um papel fundamental, com a realização de obras de portos, aeroportos, rodovias, saneamento básico, casa popular e outras. “É emprego na veia!”, disse, acrescentando que outro segmento com vocação para gerar futuros empregos é o agronegócio, e destacou que o desenvolvimento da agricultura no cerrado brasileiro está fazendo com que o Centro-Oeste seja hoje o que São Paulo foi no passado em termos de atração de pessoas em busca de emprego.

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