Temporada junina deste ano poderá ser comprometida pelo agravamento do coronavírus

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AQUILES EMIR

A temporada junina deste ano poderá ser comprometida com o agravamento da crise do coronavírus, conforme estimativa do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, feita nesta terça-feira (16). Segundo ele, o Brasil deve enfrentar o pico da nova doença entre 60 e 90 dias, ou seja, os casos devem ser elevados entre os meses de abril e junho devendo chegar a uma estabilidade somente a partir de julho.

Pela projeção do ministro, vai ser impossível se pensar em montagem de festejos juninos, o que significa dizer que o trade turístico tende a amargar mais ainda o dissabor da crise, já que até mesmo as férias do mês de julho poderão estar comprometidas, seja pela impossibilidade de viajar ou pela retomada das atividades em julho.

“Nós estamos imaginando que nós vamos trabalhar com números ascendentes, espirais em abril, maio, junho. Nós vamos passar ai 60 a 90 dias de muito estresse para que quando chegarmos ao fim de junho, julho, a gente imagina que entra no platô. Agosto, setembro a gente deve estar voltando desde que a gente construa a chamada imunidade de mais de 50% das pessoas”, disse o ministro na coletiva.

O ministro afirmou ainda que as medidas restritivas no país poderão ser elevadas neste período, mas não deu detalhes de quais.

Mandetta informou que o Ministério da Saúde está acompanhando a dispersão do vírus e o impacto no território nacional junto de outros ministérios por meio de um gabinete de crise criado nesta terça-feira (17) pelo presidente Jair Bolsonaro para tratar do caso.

“Como fazer isso, dentro de todas as questões que envolvem questões de bloqueios, quarentenas, limitação de ir e vir,  é uma discussão que a gente tem no Ministério da Saúde e por sugestão junto com os demais ministros, um conselho de crise porque são medidas que quando adotadas afetam a agricultura, segurança, logística nacional, uma série de outros ministérios que têm que fazer parte dessas ações.”

O ministro estima que de 80% a 85% dos casos do novo coronavírus no Brasil vão requerer apenas cuidados básicos, e que nos outros 15% haverá necessidade de internação.

“Nós imaginamos que nós possamos ter mais de 80%, 85% de pessoas que não vão necessitar de absolutamente nada a não ser orientação e talvez um antitérmico de uso pessoal, tipo dipirona, paracetamol. Isso deve ser a grande maioria dos pacientes”disse Mandeta (foto).

Segundo ele, se houver uma taxa de 15% da população de uma cidade com necessidade de internação, isso ultrapassa a normalidade. “É um número grande para qualquer cidade do mundo quando você fala em 15% das pessoas, as cidades nas rotinas delas nunca têm 15% de seus cidadãos internados”, disse. 

Mandetta disse que o governo brasileiro ainda avalia qual será o impacto da dispersão do novo coronavírus no Brasil. “Torcemos ainda para que o comportamento desse vírus possa ser mais brando, porém não temos bola de cristal”, comentou.

(Com informações da Folha de São Paulo)

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