PV, de Adriano Sarney, se une a PT, PCdoB, PSOL e PSB
AQUILES EMIR
A federação de legendas que vem sendo costurada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com vistas à eleição do ex-presidente Lula em 2022 coloca no mesmo balaio políticos que no Maranhão estão em campos extremamente opostos. Além do PT, PCdoB, PSB e PSOL – partidos que são tradicionais de esquerda – a união tem ainda o PV, que mesmo sendo considerado progressista a nível nacional, no Maranhão é controlado por um segmento da família Sarney, que se opõe às demais siglas, apesar da convivência com o PT, de 2066 a 2014.
O PV tem dois dos maiores críticos ao governador Flávio Dino (PSB) na Assembleia Legislativa, os deputados Adriano Sarney e César Pires. O partido tem ainda como uma das maiores lideranças o ex-deputado federal Sarney Filho (hoje secretário de Meio Ambiente no Distrito Federal), que, mesmo não demonstrando interesse de participar da eleição de 2022, ainda é muito influente na legenda.
Outros críticos da Família Sarney, como, por exemplo, Bira do Pindaré (PSB), Márcio Jerry (PCdoB), Haroldo Saboia (PSOL) e Zé Inácio (PT) vão que aprender a conviver pacificamente com ex-adversários e não podem se distanciarem por quatro anos, pois quem romper perde mandato.
Eis a nota do PT sobre a construção da Federação:
O ano de 2021 foi marcado pelo agravamento da crise social, econômica e política que assola o Brasil desde o golpe do impeachment de 2016 e da interdição fraudulenta e ilegal da candidatura do presidente Lula em 2018, que resultaram no governo autoritário de Bolsonaro e no aprofundamento da pauta neoliberal excludente, concentradora de renda e traidora da soberania nacional.
Fome, pobreza, desemprego e morte são a face da tragédia nacional, num país submetido a um governo que investiu no genocídio, na negação da ciência, da verdade, dos direitos dos trabalhadores e da maioria da população.
No sentido oposto a essa tragédia, 2021 foi o ano em que o Supremo Tribunal Federal anulou, depois de cinco anos de perseguição judicial e midiática, as condenações ilegais do presidente Lula por um juiz parcial e corrupto.
Foi neste ano de 2021 que o povo brasileiro resgatou a confiança na reconstrução do Brasil e no resgate de um projeto de país democrático, soberano, mais justo e menos desigual, como tivemos pela primeira vez nos governos do PT.
O ano de 2022 começa, portanto, sob o signo da esperança, em torno da candidatura do presidente Lula, para a qual o Partido dos Trabalhadores vai se empenhar com todas as suas energias, conforme nosso compromisso de origem com o povo brasileiro.
No processo de construção da candidatura Lula Presidente, o PT prosseguirá dialogando com as forças, movimentos e partidos políticos, em torno de um programa de reconstrução do país, centrado nos direitos do povo, da classe trabalhadora e da soberania nacional.
No mesmo sentido, O Diretório Nacional do PT resolve iniciar conversações sobre Federação Partidária com PSB, PCdoB, PSOL e PV, cabendo à Comissão Executiva Nacional do Partido conduzir este processo de diálogo para posterior decisão do DN, sobre eventual participação, a partir de um debate programático, esgotando o debate interno a partir da escuta das direções estaduais, municipais, observando os prazos definidos pela Justiça Eleitoral.
Reafirmamos que a definição de alianças e composição da chapa presidencial serão decorrentes desse processo de interlocução com partidos, forças políticas e movimentos sociais, como é de nossa tradição democrática, não tendo nada definido neste momento
Destacamos também que este processo ocorre em sintonia com a retomada de projetos populares de governo na América Latina, como o que ocorre neste momento no Chile, com a candidatura de Gabriel Boric.
Que seja bem-vindo o ano de 2022, ano da esperança na vitória do povo brasileiro.
DIRETÓRIO NACIONAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES
16 de dezembro de 2021