Delegação organizada pela Fiema participa de missão na Argentina para conhecer exploração não convencional de gás

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Comitiva de empresários e agentes públicos está na província de Neuquén

Um grupo de empresários do Maranhão participa, esta semana, na Argentina, de uma missão internacional para conhecer a tecnologia para exploração não convencional de gás natural. A visita,  organizada pela Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), visa à participação do grupo na Conferência de Intercâmbio de Hidrocarbonetos Não Convencionais, motivada pelo anúncio da empresa de energia Eneva de realizar, ainda este ano, a primeira perfuração não convencional no Brasil, na Bacia do Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes, no interior maranhense, onde estão as áreas de produção e o complexo de térmicas da companhia.

A técnica a ser utilizada pela Eneva é o fraturamento hidráulico, nunca realizada no Brasil, que permite obter petróleo e gás diretamente das rochas geradoras de uma bacia. Experiências com essa modalidade são conhecidas nos Estados Unidos, Canadá, Argentina e China, atualmente os maiores produtores de gás natural a partir de reservatórios não convencionais do mundo.

“Está sendo apresentada a nós essa modalidade de produção de gás, que pode tornar o Maranhão pioneiro nessa técnica, que contribuiu, por exemplo, para a diminuição do preço desse insumo em países como os Estados Unidos, e que pode transformar nosso estado em um grande produtor de energia e, quem sabe, exportador, com essa perfuração que a Eneva pretende realizar”, ressaltou o vice-presidente executivo da Fiema, Celso Gonçalo, que lidera a missão internacional.

Além de representantes da Fiema, integram a delegação empresários brasileiros na Argentina; representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão (SEMA), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); e técnicos da Eneva.

De acordo com Celso Gonçalo, um dos principais objetivos da visita à província de Neuquén é facilitar a conexão entre agentes reguladores, autarquias, agentes econômicos e tomadores de decisão que atuam no segmento de O&G no Brasil e na Argentina, assim como compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas em Vaca Muerta, principal formação geológica de hidrocarbonetos não convencionais do país, fortalecendo o conhecimento teórico e prático dos membros da comitiva sobre a exploração de jazidas não convencionais.

Ainda entre os propósitos da missão à Argentina, está a verificação dos impactos socioeconômicos que a exploração não convencional trouxe à Neuquén, permitindo a formulação de estratégias para a atração de investimentos privados para o estado do Maranhão.

Celso Gonçalo (E) cumprimenta representante do governo argentino na província de Neuquén

Vaca muerta – A comitiva reuniu-se com o ministro chefe de gabinete da Província de Neuquén, Sebastián González. Ele destacou que “a ideia é poder transmitir alguns conceitos do que o desafio de Vaca Muerta implicou para uma província como Neuquén, e os seus impactos políticos, institucionais, sociais, econômicos e de infraestrutura que o desenvolvimento de uma nova indústria, e que hoje é não só o principal motor energético e econômico da província, mas também do país”.

A delegação brasileira está analisando a possibilidade de desenvolver recursos de hidrocarbonetos não convencionais e para isso busca conhecer em primeira mão nossa experiência em gás e petróleo não convencional nos últimos dez anos.

“Eles vão partilhar e interiorizar-se durante três dias de palestras teóricas de responsáveis ​​das áreas técnicas do governo provincial, e vão ainda visitar jazidas com empresas privadas”, disse González.

O gestor argentino listou os eixos fundamentais para o desenvolvimento dos recursos não convencionais e ressaltou que o desenvolvimento desta indústria deve cuidar do meio ambiente e sua compatibilidade com o meio ambiente e sustentabilidade ao longo do tempo.

“Neuquén tem regulamentações avançadas para cada indústria no que diz respeito à preservação do meio ambiente e, no caso das indústrias de hidrocarbonetos não convencionais, essas regulamentações legais são atualizadas à medida que novas tecnologias e novas práticas são incorporadas”, disse o chefe de gabinete.

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