Apenas o prefeito de Luiz Domingues fala em propinas
Pelo menos três prefeitos do Maranhão tiveram seus nomes envolvidos no noticiário da grande imprensa sobre os escândalos que estariam rondando o Ministério da Educação, onde o grupo de pastores estaria fazendo tráfego de influência para obtenção de benefícios pessoais ou para suas igrejas em troca de facilidades para liberação de recursos para construção de escolas. Somente um deles fala em pedido de propina.
De acordo com informação do jornal O Estado de São Paulo, o prefeito de Luiz Domingues, Gilberto Braga (PSDB), revelou que o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da cidade junto ao MEC. O pastor teria pedido ainda o pagamento em 1kg de ouro após a liberação dos recursos para construção de escolas e creches no município.
“‘Traz um quilo de ouro para mim’. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não”, teria dito o pastor Arilton Moura, segundo relato de Braga ao jornal. Ele garante não ter aceitado a proposta.
Já prefeito de Rosário, Calvet Filho (PSC), gravou um vídeo com o ministro no apartamento dele em Brasília. Numa entrevista à Folha de São Paulo, ele disse que o encontro foi informal. Ele negou ter negociado obras com os pastores, tendo conversado com eles apenas “para organizar pregações” na cidade.
Ano passado, em evento no MEC com os dois pastores, prefeitos conseguiram a liberação de recursos para novas obras. Um deles,
Helder Aragão, prefeito de Anajatuba teria conseguido seis obras empenhadas junto ao MEC. De acordo com a reportagem da Folha, a prefeitura nem comprou os terrenos para as construções.
“Fui até um hotel em Brasília onde tinha vários prefeitos e ele falava que conseguia obra para o FNDE”, disse Aragão garantiu, porém, que não negociou obras com os pastores nem com pessoas do MEC, e que os empenhos foram garantidos pelos meios corretos.