Ministro da Justiça diz que abrirá inquérito contra jornalista que estimulou o suicídio, ao desejar morte de Bolsonaro

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Colunista da Veja faz apologia ao suicídio ao sugerir que Bolsonaro deveria abreviar a vida

AQUILES EMIR 

O jornalista Ricardo Noblat, colunista da revista Veja e responsável por um blog que leva seu nome, provocou um grande debate nas redes sociais neste domingo (10), ao fazer uma postagem no Twitter em que estimula a prática do suicídio ao sugerir que o presidente da República, Jair Bolsonaro, abreviar sua vida. Ele tentou uma retratação dizendo que não deseja a morte de ninguém, e que apenas repercutiu um artigo sobre o assunto, no caso a crônica do também jornalista Ruy Castro, que sugeriu o suicídio do presidente norte-americano, Donald Trump.

“Se Trump optar pelo suicídio, Bolsonaro deveria imitá-lo. Mas para que esperar a derrota na eleição? Por que não fazer isso hoje, já, agora, neste momento? Para o bem do Brasil, nenhum  minuto sem Bolsonaro será cedo demais”, escreveu o jornalista.

Na postagem, ele faz uma linkagem para o artigo “Saída para Trump: matar-se”, de Ruy Castro, na Folha de São Paulo.

A repercussão foi imediata. A ministra da Mulher, Damares Alves, chegou a sugerir a suspensão da conta do jornalista, pelo Twitter, e o ministro da Justiça, André Mendonça, prometeu ação contra Noblat e Castro por iniciarem a morte de dois chefes de estado.

Ricardo Noblat, sem se desculpar, disse que apenas fez uma clipagem do artigo de Ruy Castro, cujo acesso é para assinantes da Folha. “Não desejo a morte de ninguém. Minha religião o impediria. Mas ao fazer, como faço aqui, um clipping diário da mídia, não posso nem devo ignorar o que me pareça que repercutirá, mais ainda quando publicado em um grande jornal. Seria uma forma odienta de autocensura”  comentou.

Depois de responder a vários questionamentos e aplausos pela sua pregação, Ricardo Noblat desejou, com ironia, vida longa ao presidente. “Por fim: vida longa ao presidente Jair Bolsonaro para que ele possa colher o que plantou”.

Inquérito – O ministro da Justiça fez três postagens sobre o caso e prometeu a abertura de inquérito contra Noblat. “Alguns jornalistas chegaram ao fundo do poço. Hoje 2 deles instigaram dois Presidentes da República a suicidar-se. Apenas pessoas insensíveis com a dor das famílias de pessoas que tiraram a própria vida podem fazer isso. (segue…)”, disse ele.

Numa segunda postagem, ele diz que “apenas pessoas irresponsáveis cometem esse crime contra chefes de Estado de duas grandes nações. Fazê-lo é um desrespeito à pessoa humana, à nação e ao povo de ambos os países”.

Por fim, o ministro anuncia que medida tomará: “Por isso, requisitarei a abertura de Inquérito Policial para apurar ambas as condutas. As penas de até 2 anos de prisão poderão ser duplicadas (§ 3º e 4º do art. 122 do Código Penal), sem prejuízo da incidência de outros crimes”.

Críticas – apoiadores do presidente não pouparam críticas ao colunista da Veja. “Essa destilação do ÓDIO, é FALTA DE DINHEIRO PÚBLICO?”, indagou a deputada Carlos Zambelli.

“Se a conta deste homem não for encerrada agora, imediatamente, vai ficar muito feio para o Twitter, pois veremos que existem dois pesos e duas medidas! Além do mais incitar o suicídio é crime!”, escreveu a ministra Damares Alves.

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