Prefeito passa para a população a segurança de que a cidade tem comando
AQUILES EMIR
Desde que assumiu o comando da Prefeitura de São Luís, Eduardo Braide (Podemos) tem passado para a população uma segurança sobre o comando da cidade. Isto mesmo, com todo respeito ao antecessor Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que adotava uma postura mais discreta, a sensação que se tem hoje é que está explícito quem governa a cidade, pois antes era permitido até mesmo confundir ações do Município como se estas fossem do Governo do Estado, e talvez aí esteja um dos maiores desconfortos do Palácio dos Leões desde a posse do novo governo municipal.
Sem nunca ter seu nome citado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), desde que venceu o pleito em dezembro do ano passado, quando impôs ao Palácio dos Leões uma grande derrota, Braide vem conseguindo realizar obras e ampliar a prestação de serviços na capital sem nunca ter recebido um centavo do Estado, mas isto não faz ficar, como outros gestores, chorando e praguejando, tampouco justificando o não fazer como culpa de outro.
Pensando bem, a atitude e as ações do prefeito não devem surpreender, pois ainda na campanha, quando já pressentia o tratamento que iria merecer do Governo do Estado, apelou por parceria, porém alertou que se isto não fosse possível, para cada obra que o Estado fizesse na capital, responderia com outra, “o que vai acabar beneficiando a população”, como dizia.
O que mais chama atenção no comportamento do novo prefeito é que, mesmo tendo assumido o comando do Município depois de uma transição curta, por conta do intervalo entre eleição e a posse, muita coisa ficou sem detalhes, mas, mesmo assim, embora com razões para transferir responsabilidades, nunca culpou o prefeito anterior pelo que tem de corrigir e fazer, tampouco reclama do que deixou de fazer, muito diferente de quem sempre atribui ao que ocorreu mais de meio século atrás o que deixa de fazer.
Como se diz popularmente na política, o prefeito está na direção de olhos fixos no parabrisas dianteiro e não olhando apenas para o retrovisor. Avante!
Braide, silenciosamente, vem conseguindo também tornar sem efeito um dos discursos mais repetidos na campanha de 2020: o bolsonarismo. Sim, ele era, no discurso dos contrários à sua candidatura, o preferido do Palácio do Planalto, embora o filiado ao partido de um dos filhos do presidente fosse o adversário em segundo turno.
Braide nunca criticou nem elogiou o presidente Jair Bolsonaro, de quem recebe, por enquanto, apenas o tratamento previsto na Constituição, o que já está de bom tamanho! Parcerias futuras podem e devem vir, mas tudo no campo da civilidade, sem extremismo da bajulação ou da contestação gratuita.
O que se verifica no município de São Luís hoje é aquilo que se espera de todo governante: cuidar primeiro de sua gente, sem alimentar o coração de ódio todos os dias e se maquiar de tolerante para subir ao palco e nem sempre corresponder aos anseios de quem acreditou em promessas de ruptura com práticas do passado.
Que outros gestores busquem neste exemplo inspiração para suas gestões.