Após quase 19 horas de julgamento, o Corpo de Jurados da 2ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís decidiu, na madrugada dessa sexta-feira (03), pela culpabilidade dos acusados Diego Henrique Marão Polary e Carlos Humberto Marão Filho. O primeiro foi condenado a 8 anos de reclusão, pela morte do advogado Brunno Eduardo Matos Soares e tentativa de homicídio do irmão dele, Alexandre Matos. O segundo, a 6 anos de reclusão, por participação no homicídio. Em relação ao terceiro acusado, o vigilante João José Nascimento Gomes, houve a desclassificação para lesão corporal e ele foi condenado à pena de 01 ano de detenção.
Atuaram na defesa de Diego Polary os advogados paulistas Yuri Félix, Francisco de Paula Bernardes e Diego Rego Moliterno. Eles defenderam a tese de negativa de autoria, sustentando que o acusado estava dormindo em sua residência no momento em que o crime fora cometido. A defesa de Carlos Humberto Marão Filho foi feita pelo advogado Ítalo Leite, que também adotou a tese de negativa de autoria, enquanto o vigilante João José Nascimento Gomes foi representado pelo defensor público Marcus Patrício Soares Monteiro.
Na acusação atuou o promotor de justiça Rodolfo Soares dos Reis, auxiliado pelos advogados Meihem Ibrahim Saad Neto e Rafael Moreira. Com base no depoimento de testemunhas e das vítimas e de laudos periciais, eles procuraram demonstrar que Diego Polary fora o autor do crime, contando com a participação de Carlos Marão Filho. O juiz Gilberto Lima Moura, titular da 2ª Vara do Júri de São Luís, após divulgar a decisão dos jurados e fixar as penas dos acusados, informou que, em face dos bons antecedentes, eles poderão recorrer do resultado do julgamento em liberdade.
Na denúncia do Ministério Público consta que o homicídio e as duas tentativas de homicídio foram resultado de uma discussão, decorrente de quebra de retrovisores de alguns veículos que estariam obstruindo o acesso à garagem da residência do acusado Marão Filho, localizada na Rua dos Magistrados, no bairro do Olho d’Água. Brunno Matos foi morto a golpe de faca. Alexandre Matos e Klevin Chiang também foram feridos com arma branca.
Carlos Marão Filho foi pronunciado pela suposta participação na morte do advogado Brunno Matos; o vigilante João José Nascimento Gomes, pela suposta prática de homicídio do advogado e tentativa de homicídio contra Kelvin Chiang; e Diego Polary, pela suposta prática de crime de homicídio de Brunno Matos e tentativa de homicídio contra Alexandre Matos.
O crime – conforme a denúncia feita pelo promotor de justiça Agamenon Batista de Almeida Júnior, a discussão iniciou após o advogado Brunno Matos tomar satisfação com Marão Filho acerca do dano que esse teria causado no seu veículo. Ambos teriam ido às vias de fato, situação que atraiu para o local as vítimas Alexandre Matos, Kelvin Kim Chiang e a testemunha Wesley Carvalho, no intuito de defenderem o advogado, resultando no envolvimento deles na briga.
Segundo se depreende da denúncia, no momento das agressões mútuas, chegou ao local o vigilante João José Nascimento, que partiu para cima das vítimas com a intenção de defender Marão Filho que continuou com as agressões mesmo após os rapazes terem sido esfaqueadas. Dessa briga generalizada, Brunno Matos faleceu e Alexandre Matos e Kelvin Chiang sobreviveram após serem submetidos a intervenções cirúrgicas.