Importância de alimentos biofortificados na agricultura familiar do Maranhão é tema de curso on-line

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A biofortificação é uma técnica de melhoramento genético que eleva teor de micronutrientes de alimentos

Nesta terça-feira (15), das 08h às 12h, a Embrapa Cocais e Embrapa Agroindústria de Alimentos realizam curso on-line sobre “Importância dos alimentos biofortificados na agricultura familiar do Maranhão”, que será também o tema da palestra do pesquisador José de Ribamar Costa Veloso. Para assistir, os interessados devem acessar o canal da Embrapa no Youtube. 

O evento também terá palestra sobre o Consórcio Rotacionado para Inovação na Agricultura Familiar – CRIAF, ministrada pelo analista da Embrapa Cocais Carlos Santiago. O sistema utiliza também produção de alimentos biofortificados (milho, feijão-caupi, mandioca e batata doce). Haverá ainda palestra sobre ATER com cultivos biofortificados, a ser ministrada pela superintendente de biodiversidade, povos e comunidades tradicionais da Secretaria de Agricultura Familiar-SAF-MA, Suziane Oliveira Machado. 

A biofortificação é uma técnica de melhoramento genético natural que possibilita elevar o teor de micronutrientes dos alimentos, como pró-vitamina A, ferro e zinco, melhorando sua qualidade nutricional, o que pode ser feito por meio de técnicas de melhoramento convencional de plantas ou pela biotecnologia. O principal objetivo é aumentar os teores de vitaminas e nutrientes em alimentos tradicionalmente consumidos por populações carentes e contribuir para a segurança alimentar no País, combatendo a chamada “fome oculta”, que é a carência específica de micronutrientes.

No Brasil, a biofortificação de alimentos é coordenada  pela Embrapa e tem como essência enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população mais carente, como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca (macaxeiras), batata-doce, milho, abóbora e trigo, a partir do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A, introduzindo alimentos mais nutritivos na dieta dessas pessoas.

No Maranhão, a recomendação baseia-se nos cultivos de feijão-caupi (BRS Araçê e BRS Tumucumaque), mandioca (BRS Dourada, BRS Jari e BRS Gema de Ovo), batata-doce (Beauregard), milho (BRS 4104). Atualmente, os cultivos biofortificados no estado estão presentes em praticamente todos os municípios, beneficiando muitas famílias. Saiba mais em https://biofort.com.br/rede-biofort/

O Consórcio Rotacionado para Inovação na Agricultura Familiar – CRIAF é uma tecnologia que busca a diversificação da produção na propriedade do agricultor familiar e permite organizar a produção da família em faixas, separando as espécies cultivadas de forma que não haja competição entre elas por nutrientes, água, luz e espaço. Planta-se arroz, milho, feijão-caupi, mandioca e batata doce, com ênfase nas variedades em uso na região e incluindo variedades bioforticadas.

Além do consórcio, o sistema preconiza a rotação de culturas com uso de “safrinha”, prática que intensifica o uso da terra e maximiza o aproveitamento do período chuvoso. São repassadas a pequenos produtores técnicas de manejo do solo, manejo de pragas e doenças, fertilidade e arranjos espaciais, permitindo o uso mais eficiente da terra com sustentabilidade, conservação e manejo adequados do solo. A adoção do CRIAF propicia também a redução da carga de trabalho.

A transferência da tecnologia é feita diretamente nas comunidades rurais familiares por meio de Unidades de Referência Tecnológica – URTs e com a participação dos técnicos e produtores das regiões. O objetivo é a construção do conhecimento e a promoção do desenvolvimento regional pelo empoderamento dos atores locais envolvidos. O retorno social é a melhoria da produtividade, segurança alimentar e renda do pequeno produtor familiar.

Em termos ambientais, ao incentivar o consórcio e a rotação de culturas, a tecnologia permite incremento na ciclagem de nutrientes, melhor e maior manutenção da biodiversidade, melhoria da conservação do solo, controle de ervas daninhas, manejo de pragas e doenças das culturas. Essa é a grande lógica do sistema: diversificar com sustentabilidade e aprender fazendo.

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