Em nota distribuída nesta terça-feira (02), o deputado federal Aluísio Mendes (PTN) manifestou-se indignado com as insinuações de que teria incentivado proprietários rurais a promoverem um massacre contra indígenas em Viana, domingo passado, dia 30 de abril. O parlamentar havia concedido uma entrevista à Rádio Maracu, na qual se prontificava a mediar o conflito e anunciou que estava buscando uma solução para o problema fundiário.
“Minha agenda política no município de Viana, no dia do ocorrido, teve unicamente a intenção de reforçar o pedido de pacificação entre os moradores e as pessoas que se dizem índios Gamelas. Desde que tomei conhecimento desse problema, ainda no ano de 2016, tenho feito gestões no sentido de cobrar das autoridades competentes uma solução para a explosiva situação na região. Estive com a diretoria da FUNAI e com a presidência do órgão cobrando providências e nada foi feito. Essa era uma tragédia anunciada e as autoridades estaduais e federais se omitiram”.
O parlamentar virou alvo de insinuações depois que o governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou que mandou investigar o caso e responsabilizar políticos que teriam incentivad o massacre.
Eis a íntegra da nota:
A respeito do confronto armado ocorrido domingo, dia 30 de abril, no município de Viana, tenha a esclarecer que:
É com profunda indignação que vejo insinuações e acusações envolvendo o meu nome nos conflitos ocorridos no dia 30, na cidade de Viana. São levianas, mentirosas e covardes as afirmações de que, em discurso que realizei durante reunião naquela comunidade, incitei o ataque sofrido pelos índios.
Minha agenda política no município de Viana, no dia do ocorrido, teve unicamente a intenção de reforçar o pedido de pacificação entre os moradores e as pessoas que se dizem índios Gamelas. Desde que tomei conhecimento desse problema, ainda no ano de 2016, tenho feito gestões no sentido de cobrar das autoridades competentes uma solução para a explosiva situação na região. Estive com a diretoria da FUNAI e com a presidência do órgão cobrando providências e nada foi feito. Essa era uma tragédia anunciada e as autoridades estaduais e federais se omitiram.
Durante minha vida profissional na Polícia Federal, atuei em várias operações em proteção às comunidades indígenas, a exemplo da retirada de garimpeiros da reserva Yanomani em Roraima, na proteção dos índios Awa-Guaja, na reserva do Alto Turi, que estavam ameaçados e perseguidos por madeireiros. Tenho imenso respeito pelos indígenas brasileiros e defendo sua proteção quando ameaçados e vulneráveis.
Em hipótese alguma participaria ou incentivaria qualquer ação criminosa contra qualquer pessoa. Há mais de um ano tenho alertado as autoridades para a gravidade do problema que se instalou na região de Viana.
Quem me acusa não conhece minha postura e não me consultou sobre o ocorrido no último domingo (dia 30 de abril), quando estive em reunião com a comunidade afetada pelos conflitos. Momento em que anunciei àquela comunidade que, por minha solicitação, após audiência com o ministro da Justiça Osmar Serraglio, uma equipe da FUNAI finalmente visitaria a região.
Mediante minha postura assumida desde o ano passado em busca da pacificação daquele conflito, e tendo solicitado a ida de uma equipe da Polícia Federal àquela comunidade para assim proporcionar segurança às pessoas, seria no mínimo burrice e incoerência incitar o ataque.
Minha atuação na Câmara Federal tem sido pautada pela ética, transparência e respeito às leis e à Constituição, e não vou admitir ataques rasteiros e covardes de quem quer que seja sem a devida responsabilização.
- Aluisio Mendes
- Deputado federal