Falta de informações seguras é destacada pela agência
AQUILES EMIR
Por unamidade, a diretoria da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou nesta segunda-feira (26) o pedido do Governo do Maranhão e mais 13 estados para importação da vacina Sputnik V. Foram mais de cinco horas de debates e análise de relatórios do corpo técnico para que os diretores chegassem à conclusão de que a vacina não é segura.
A Agência argumenta não ter recebido relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade para imunizar contra covid-19 e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada.
Ainda de acordo com a Anvisa, a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não tem tradição na análise de medicamentos, portanto suas autorizações não são confiáveis. Além disso, em 23 países com contrato, a vacinação aind não começou.
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A Gerência de Medicamentos aponta falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
A Gerência de Inspeção e Fiscalização relatou que técnicos da Anvisa não puderam visitar todos os locais de fabricação da vacina durante inspeção na Rússia; dos sete pontos previstos, técnicos conseguiram visitar apenas três locais.
O Fundo Russo tentou cancelar inspeção presencial e não autorizou acesso ao Instituto Gamaleya, que faz o controle de qualidade e não conseguiu identificar os fabricantes da matéria prima da vacina.
Os governadores de 14 estados, dentre eles o Maranhão, recorreram ao Supremo Tribunal Federal para que pudessem importar o imunizante diante do silêncio da Agência a um pedido neste sentido. O ministro Ricardo Lewandowski concedeu liminar dando prazo até esta quarta-feira (28) para uma posição da Anvisa, caso contrário os estados estariam autorizados adquirirem a vacina russa.
Segundo a Anvisa, 14 estados e duas prefeituras enviaram “pedidos de importação da vacina Sputnik V” à agência. São eles: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, e os municípios de Maricá e Niterói, ambos do Rio de Janeiro.
(Com informações do G1)