
Os 72 anos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram comemorados nesta sexta-feira (27), em Montes Claros (MG), numa festa que enriqueceu a agenda da etapa mineira da Caravana Lula pelo Brasil. Milhares de pessoas compareceram à Praça da Catedral, na cidade de Minas Gerais, para cantar “parabéns”, ver de perto, abraçar, entregar presentese homenagear o aniversariante.
Em seu discurso, Lula recordou sua trajetória política até chegar à Presidência da República, em 2003. “Eu perdi as eleições para governador de São Paulo (1982), perdi para o Fernando Collor (1989), perdi para o FHC (1994 e 1998)) e cada vez que eu voltava pra casa ficava pensando: eu criei um partido para representar os trabalhadores, gostaria de ser presidente para provar que é possível, eu acho que a gente pode melhorar a vida do pobre. Eu nunca fiquei co raiva porque eu compreendia que não era simples um trabalhador comum querer ser presidente da República”, disse.
Lula confessou que ficou com “medo” quando ganhou as eleições. “Confesso que eu nunca fiquei com tanto medo na vida como no dia que foi feita a apuração. Eu fiquei pensando: será que a gente vai dar conta? Eu sabia como que o povo trabalhador vivia, as coisas que eles desejavam. Eles não desejavam muita coisa. A gente só deseja ser tratado com respeito e dignidade. Hoje, eu tenho certeza que foi a energia que Deus depositou na alma de vocês que fez com que eu tivesse força para resistir”.
Lula lembrou, ainda várias vezes, diálogos com Dona Marisa, falecida em fevereiro deste ano. Ele também citou a mãe, com quem disse ter aprendido a respeitar as pessoas e a ser respeitado. “Para vencer na vida, você não tem nunca que se achar melhor do que ninguém, mas você também não pode se achar inferior a ninguém”.
Sobre o que classifica de perseguição jurídica e midiática citou casos de políticos que são investigados e que têm provas robustas contra eles. “Veja que absurdo. Eles já pegaram dinheiro de muita gente. Pegaram mala cheia de dinheiro no Geddel, no Cabral. Eles quebraram os meus sigilos, invadiram minha casa, abriram televisão, levantaram colchão. Sabe o que eles acharam na minha casa? Vergonha que sobra”.
“Eu quero dizer que não estou acima da lei nem da justiça. Se eles estão acostumados a lidar com políticos ladrões, covardes, que enfiam o rabo entre as pernas…. eles vão ter que enfrentar um cidadão que não é corrupto e não tem medo deles”.
E voltou a cobrar um pedido de desculpas por tudo que vem sofrendo. “Eles deveriam ter coragem e pedir desculpa. Aqui (em Minas Gerais) acharam um helicóptero de cocaína que desapareceu. Todo mundo sabia o que era. Sabia de quem era o pó que tava lá dentro”, afirmou.
Os veículos de comunicação também receberam um recado do ex-presidente. “O Lula é uma síntese daquilo que são milhões e milhões de brasileiros. Se enfrentar o Lula é difícil, enfrentar os milhões de Lulas que já tem nesse país é impossível”.
A ex-presidente Dilma Rousseff também participou da festa e lembrou feitos promovidos pelos governos do PT na Presidência da República e condenou os atuais desmontes.

“O que está acontecendo agora é que eles querem que esse país seja só de uma minoria. Não seja da imensa maioria de sua população. O golpe não é um ato só. Começa com meu impeachment, prossegue quando eles aprovam aquela lei que limita o crescimento dos gastos em educação e saúde. Continua quando fazem as leis da chamada antireforma trabalhista, que transforma o regime de trabalho em escravidão”.
“A sina de lula é liderar essa nação. Não adianta querer impedir o Lula de chegar, existem milhões de Lulas que estarão lutando por ele nas ruas do Brasil”, disse Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, destacou a importância da caravana Lula pelo Brasil e ressaltou a relevância dos atos para a reconstrução do Brasil.
(Com dados e imagens do PT)