Times empataram em 2 a 2 no tempo normal e prorrogação
A Argentina está entre as quatro primeiras do Mundial do Catar 2022 e jogará na próxima terça-feira (13) com a Croácia nas semifinais, após vencer a Holanda por 4 a 2 nas cobranças de pênaltis após um emparte de 2 a 2 no tempo normal e na prorrogação. Nas comemorações da classificação, “Dibu” Martínez e Lionel Messi cruzaram-se com o selecionador holandês Louis Van Gaal, que pela segunda vez na carreira sofreu a frustração de um desempate por grandes penalidades frente à “Albiceleste”.
A vitória no tempo regulamentar parecia assegurada com golos de Nahuel Molina (35m.PT) e Messi (28.ST), de grande penalidade, mas a Holanda chegou a um inesperado 2-2 com bis do internado Wout Weghorst (38m. e 56m ST), o que obrigou a uma prorrogação de 30 minutos.
Messi, que também marcou o pênalti na definição, igualou Gabriel Batistuta como o maior artilheiro argentino da história da Copa do Mundo (10).
A Argentina joga sua quinta semifinal da Copa do Mundo na próxima terça-feira, contra a Croácia, a partir das 16h (horário argentino), em Lusail, lotada nesta sexta-feira por mais de 80 mil torcedores que explodiram de alegria após o angustiante resultado.
O lateral-esquerdo Marcos Acuña não estará disponível por ter recebido hoje o segundo cartão amarelo. O mesmo acontecerá com o lateral-direito Gonzalo Montiel, penalizado com cartão amarelo ao entrar no lugar de Molina.
Tenso, trabalhado, tático: assim foi o jogo antes do início do placar, com duas equipes estudiosas de cada movimento -a sua e a outra- para não dar um milímetro de vantagem em uma instância sem amanhã.
Jogos dessas características, dizem os especialistas, foram desbloqueados com dribles e seu jogo chamou Messi para criar uma situação de gol no setor para o qual optou por se movimentar principalmente na parte inicial.
O capitão argentino pegou uma bola no setor de Frenkie De Jong, deixou de fora da área e abriu espaço para avançar. Nathan Aké foi ao seu encontro como todas as vezes que o craque intervinha em sua área, mas desta vez, ele estava fora de tempo devido a uma finta sutil.
Só naquele momento Messi decidiu que era hora de fazer um corte certeiro para Molina, que havia começado a jogada e finalizado dentro da área com um avanço contra o goleiro Noppert.
Se a coisa do Messi foi uma inspiração, a coisa do Scaloni foi um sucesso visionário porque minutos antes, quando o jogo não tinha lacuna em nenhum setor do campo, ele se aproximou da linha para pedir ao time do Atlético de Madrid: “Vai!”.
E Molina foi, porque naquele setor, pelas costas de Daley Blind, deu sinal de progresso com um Rodrigo De Paul que não deu mostras do transtorno sofrido na quarta-feira e um Messi esclarecido para aproveitar a primeira chance que o jogo deu dele.
De Paul foi importante para ultrapassar De Jong, o organizador do jogo holandês, obrigando o time laranja a fugir da pressão para que seus três atacantes busquem o mano a mano com os zagueiros argentinos.
Com a intenção de ter mais jogo interno, Van Gaal colocou dois meio-campistas no segundo tempo e colocou Denzel Demfries na vaga de ponta ocupada por Steven Bergwijn
. oportunidade para Messi, Julián Álvarez e algum meia argentino que saiu.
As alas jogaram a segunda parte mais atentas ao revés com a missão de não lançarem cruzamentos pelos lados, sobretudo depois da entrada de Luuk De Jong (1,88m.).
Porém, numa das incursões controladas, Acuña entrou na área, Dumfries raspou e o espanhol Antonio Mateu Lahoz sancionou um pênalti incontestável, o terceiro da Argentina neste Mundial.
O capitão cobrou de pé esquerdo cruzado e após comemorar com o público argentino, na altura do banco de reservas holandês, fez o sinal de Topo Gigio para Van Gaal?.
O jogo ficou picante na reta final e o lendário treinador jogou uma última carta que correu na perfeição, quando ordenou a entrada de outra torre, Wout Weghorst (1,97m.).
Cinco minutos depois, o atacante turco do Besiktas venceu na área, conseguiu desconto e colocou o jogo no coração. Era de se esperar que a “laranja” lançasse nos últimos minutos, enquanto a Argentina buscava esfriar o jogo com faltas e discussões.
Scaloni fez variações para renovar as energias e dois dos inscritos, Paredes e Pezzella, cometeram o pecado de cobrar falta na entrada da área na última jogada da noite.
Os holandeses surpreenderam com uma jogada preparada e Weghorst silenciou o campo com o empate. Tanto a equipe quanto o público demoraram a reagir a tal golpe contra um rival que -logicamente- parecia com maior integridade.
Com a entrada de Di María nos últimos 10 minutos, a Argentina encurralou a Holanda e conseguiu a vitória com Lautaro e um chute de Enzo Fernández, que acertou na base da trave direita.
O árbitro Mateu Lahoz, que deixou o jogo sair do controle, marcou o fim e nos pênaltis “Dibu” Martínez mostrou toda a sua personalidade para restaurar uma noite que teve sofrimentos desnecessários.
(Agência Télam com fotos Fernando Gens)