Memorial do poeta Gonçalves Dias é inaugurado no Palácio Cristo Rei em São Luís

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Iniciativa é do Governo do Estado e Universidade Federal 

A Secretaria Estadual da Cultura (Secma) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) conceberam um memorial em homenagem à vida e obra do poeta maranhense Gonçalves Dias. O espaço foi criado no Palácio Cristo Rei, localizado na praça que leva o mesmo nome do poeta, em São Luís.

O poeta não deixou pertences: várias de suas coisas foram perdidas no naufrágio que acarretou em sua morte, numa viagem de volta da Europa ao Maranhão. Além disso, Gonçalves Dias não possuía herdeiros; com isso, seus objetos foram perdidos ao longo do tempo.

No entanto, a exposição no Palácio Cristo Rei conta com um fragmento do barco Villede Boulogne, onde Gonçalves Dias faleceu, na cidade de Guimarães. O remanescente da embarcação foi resgatado pelo acadêmico Jomar Moraes.

O memorial apresenta, também, a reprodução de uma mesa de escritor, e divulga a obra do poeta, por meio de apresentações de trechos de suas poesias, destacando as que fez ao seu grande amor, Ana Amélia.

O local tem, ainda, um espaço infantil, para incentivar crianças a, desde cedo, entrarem em contato com sua produção.

Para o secretário de Cultura, Yuri Arruda, a preservação da história de Gonçalves Dias é fundamental, por ele ser um dos primeiros poetas românticos e indianistas do Brasil. “Gonçalves Dias se sobressaiu na época e se consolidou como um dos maiores líderes do movimento entre os literatos pela forma e conteúdo de seus poemas. O memorial entregue vem como forma de deixar viva a história deste grande poeta”, disse.

O reitor da UFMA, Natalino Salgado, avaliou a parceria com o governo como exitosa e importante para ampliar o acesso da literatura aos maranhenses. “Com este memorial, todos podem conhecer as particularidades da vida e obra de Gonçalves Dias. É um local aberto ao público e acessível a todos. A informação e cultura precisam deste amplo e indistinto acesso ao conhecimento”, declarou.

Sobre o Palácio Cristo Rei – Construído pelo arquiteto Manoel Pulgão, em 1838, em estilo barroco tardio, o prédio possui dois pavimentos e um mirante, tendo entradas laterais que dão acesso ao jardim, onde possui um chafariz, provavelmente vindo da Inglaterra em 1856.

Sua construção foi produzida para abrigar a família de José Joaquim Vieira Belfort, servindo de sua moradia até a venda pelos seus herdeiros para o vice-cônsul dos Estados Unidos da América, Joaquim Baptista Prado. Após sua morte, o edifício teve diversos donos até chegar às mãos dos bispos de São Luís, quando recebeu o nome que possui, funcionando como sede do arcebispado da capital maranhense.

Este mesmo arcebispado cedeu o prédio à Faculdade de Filosofia do Maranhão, de onde se originou a Fundação Universidade do Maranhão, que por sua vez, viria a formar a UFMA.

Assim, durante a gestão de Josué Montello, o prédio passou a ser sede da reitoria da recém criada Universidade, tendo passado por diversas reformas. Mesmo não sendo mais a reitoria nos dias vigentes, continua sendo de posse da universidade, que cuida do palácio.

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