31.1 C
São Luís, BR
quinta-feira, 24, abril, 2025 || 14:10:16
Home Mundo Assembleia Geral das Nações Unidas condena ofensiva militar da Rússia sobre a...

Assembleia Geral das Nações Unidas condena ofensiva militar da Rússia sobre a Ucrânia

329

Resolução foi aprovada por 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções

Na decisão desta quarta-feira, a Assembleia Geral citou a resolução 2623 de 27 de fevereiro, no Conselho, que pedia a sessão de emergência “Unindo pela Paz”. Esse mecanismo é acionado quando o Conselho de Segurança não alcança unanimidade sobre um tema crucial para a paz e a segurança internacionais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também participou do encontro, nesta quarta-feira.

Integridade – O texto da resolução endossou a declaração do secretário-geral de que um ataque dessa natureza repudia os princípios da Carta da ONU e lembra aos Estados-membros da ONU sobre sua obrigação com o Artigo 2 do documento de se absterem de ameaças ou uso da força contra a integridade territorial e a independência política de qualquer nação resolvendo suas diferenças por meios pacíficos.

O texto da Assembleia condena a declaração da Rússia sobre uma “operação militar especial” na Ucrânia, feita no último 24 de fevereiro, e expressa preocupação grave com ataques a alvos civis como residências, escolas, hospitais ferindo e matando incluindo mulheres, crianças, pessoas com deficiências e idosos.

Segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, mais de 875 mil ucranianos já cruzaram as fronteiras com países vizinhos para fugir dos ataques russos.

Dos países lusófonos, Angola e Moçambique se abstiveram. Guiné-Bissau se ausentou e os demais países votaram a favor incluindo o Brasil.

Flagelo de uma guerra – Os países-membros da ONU ressaltaram que as operações militares da Rússia dentro do território soberano da Ucrânia estão numa escala que a comunidade internacional não via na Europa há décadas.

A resolução diz que é preciso uma ação urgente para salvar esta geração do flagelo de uma guerra, condena a decisão russa de aumentar suas forças nucleares e expressa grave preocupação com a deterioração da situação humanitária ao redor da Ucrânia com o aumento do número de deslocados internos e com o impacto global e o aumento da insegurança alimentar no mundo, uma vez que a Ucrânia é considerada um dos maiores exportadores de grãos e produtos agrícolas do planeta.

A resolução da Assembleia Geral também menciona o Memorando sobre Garantias de Segurança em Conexão com a Adesão da Ucrânia ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, conhecido como Memorando de Budapeste, de 1994.

Abaixo os 11 pontos da Resolução:

  1. Reafirma o compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas estendendo a suas águas territoriais.
  2. Deplora, nos termos mais fortes, a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia em violação com o Artigo 2 (4) da Carta da ONU.
  3. Exige que a Federação Russa cesse imediatamente o uso da força contra a Ucrânia e se abstenha de qualquer outra ameaça do uso da força contra qualquer país-membro.
  4. Exige que a Federação Russa retire todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas de formas imediata, completa e incondicional.
  5. Deplora a decisão da Federação Russa de 21 de fevereiro de 2022 relacionada ao status de certas áreas das regiões da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, como uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e como inconsistente com os princípios da Carta.
  6. Exige que a Federação Russa reverta, imediatamente, a decisão relacionada ao status de certas áreas das regiões da Ucrânia de Donetsk e Luhansk.
  7. Pede à Federação Russa que cumpra os princípios da Carta da ONU e a Declaração de Relações Amistosas.
  8. Conclama todas as partes a cumprir os Acordos de Minsk e coopere de forma construtiva em estruturas internacionais relevantes, incluindo no formato da Normandia e do Grupo de Contato Trilateral, em direção a sua implementação integral.
  9. Exige que todas as partes permitam a passagem segura e livre a destinos fora da Ucrânia e a facilitar o acesso rápido, seguro e desimpedido à assistência humanitária para todos que precisam na Ucrânia, a proteger civis incluindo o pessoal humanitário e as pessoas em situações vulneráveis entre elas melhores, idosos, pessoas com deficiência, indígenas, migrantes e crianças, e a respeitar os direitos humanos.
  10. Deplora o envolvimento da Belarus nesse uso ilegal da força contra a Ucrânia e conclama a Belarus a cumprir com suas obrigações internacionais.
  11. Condena todas as violações da lei humanitária internacional e as violações e abusos dos direitos humanos, e pede a todas as partes que respeitem estritamente as provisões relevantes da lei humanitária internacional incluindo as Convenções de Genebra, de 1942.

(ONU News com foto de Evan Schneider)

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui