Ataque da Rússia à Ucrânia abriu “capítulo perigoso na história mundial”, afirma Michelle Bachelet

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Pelo menos 249 civis foram mortos em ofensiva russa

O Conselho de Direitos Humanos realizou na última quinta-feira (03), em Genebra (Suiça), uma sessão especial sobre a ofensiva da Rússia à Ucrânia.  A alta comissária da ONU, Michelle Bachelet, declarou que “o ataque militar da Rússia abriu um novo e perigoso capítulo na história”.

Ela citou o secretário-geral, António Guterres, que afirmou se tratar “da ameaça mais séria à paz global e da crise de segurança mais séria dos últimos anos”.

Bachelet contou que o ataque, que começou em 24 de fevereiro, está causando “um impacto enorme nos direitos humanos de milhões de pessoas pela Ucrânia”. A alta comissária destacou que “o aumento das ameaças sobre armas nucleares salienta a gravidade dos riscos para toda a humanidade”.  

Ela mencionou uma série de operações militares que estão acontecendo na capital Kiev e em outras cidades ucranianas. Até a noite de quarta-feira, o Escritório da Alta Comissária para os Direitos Humanos tinha registrado e confirmado as mortes de 249 civis, incluindo 15 crianças.

Mais de 550 pessoas ficaram feridas. O conflito está ocorrendo com artilharia pesada, foguetes e ataques aéreos em áreas residenciais. Bachelet pediu o fim imediato do uso da força, por haver inclusive danos a hospitais, escolas e jardins de infância.
Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos
Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos (ONU News/Daniel Johnson)

Investigação no TPI – Segundo a ONU, 2 milhões de ucranianos já fugiram de suas casas: 1 milhão estão deslocados dentro do país, enquanto outro milhão pediu refúgio em nações vizinhas, especialmente Polônia. Muitos estão chegando a pé ou de bicicleta em temperaturas abaixo de zero.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, calcula que 4 milhões de pessoas poderão deixar a Ucrânia nas próximas semanas.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos também informou que está monitorando os relatos de discriminação contra africanos e asiáticos que tentam sair da Ucrânia.

Michelle Bachelet lembra que 10 milhões de civis continuam no país correndo risco de morte.

No Conselho de Direitos Humanos, ela fez um apelo por “total acesso da entrega de assistência humanitária” e pediu “proteção completa dos civis e dos soldados capturados, como exige a lei internacional humanitária”.

Bachelet lembrou que na segunda-feira, o Tribunal Penal Internacional, TPI, começará a discutir medidas ligadas ao conflito, sendo que o promotor do TPI já começou o processo para uma investigação sobre a ofensiva russa.

(Agência Brasil)

 

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