Aumenta em São Luís consumo com uso de crédito como forma de pagamento

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Fragilização da renda dos consumidores pelos impactos da pandemia ainda força a tomada de créditos, aponta pesquisa da Fecomércio

Pelo terceiro mês consecutivo, o nível de consumidores de São Luís que utilizaram o crédito para financiar suas compras cresceu. De acordo com pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA), o índice de endividados na capital maranhense chegou a 85,9% em agosto. Na comparação mensal com julho o indicador cresceu 0,46%, enquanto na avaliação com agosto de 2019 o número de famílias endividadas acelerou 43,4%.

Para a Fecomércio, os motivos para esse aumento pela demanda por crédito para financiar o consumo está ligado ainda à fragilização da renda das famílias após os impactos econômicos causados pela pandemia.

“Embora as atividades econômicas já tenham a oportunidade de retomar a sua dinâmica, o ritmo desse retorno ainda é lento e gradual. O setor do comércio em São Luís, por exemplo, durante o período de restrições ao funcionamento nos meses de março, abril e maio, foi obrigado a extinguir 1.725 postos de trabalho formais. Ou seja, centenas de famílias perderam a sua renda e, consequentemente, o seu poder de compra com recursos próprios, tendo que recorrer ao cartão de crédito para financiar as suas despesas do dia a dia”, explica o presidente da Federação, José Arteiro da Silva.

Nesse cenário, em que as famílias dependem mais do crédito e seguem com a renda fragilizada, um dos efeitos é o crescimento da inadimplência. De acordo com a pesquisa da Fecomércio, 37,9% das famílias endividadas apresentaram dívidas em atraso em agosto. Esse índice cresceu 2,71% em relação a julho e 39,3% na comparação com agosto do ano passado.

Ainda segundo a Federação do Comércio, neste momento as famílias têm priorizado o seu consumo básico em detrimento ao pagamento das dívidas atrasadas, resultando nessa aceleração da inadimplência pelo terceiro mês consecutivo, acompanhando a subida da demanda por crédito.

A Fecomércio avalia também que a entrada de recursos na economia advinda dos pagamentos do Auxílio Emergencial e do Saque Emergencial das contas de FGTS tem impulsionado parte desse consumo básico, especialmente nos setores de gêneros alimentícios e materiais de construção, o que tem contribuído em parte para uma recuperação no comércio local.

“As transferências federais de renda tem impulsionado o consumo entre as famílias de renda mais baixa e isso vem elevando o volume de vendas do comércio, como já se evidenciou nas pesquisas de intenção de consumo de agosto. As famílias estão usando os recursos para ir ao supermercado, farmácia, fazer pequenos reparos em casa, priorizando essas despesas correntes, e adiando o pagamento das dívidas atrasadas”, enfatiza o presidente José Arteiro da Silva.

Pelas projeções realizadas pela Fecomércio, esse cenário de crescimento do endividamento e da inadimplência deverá persistir ainda nos próximos meses, numa perspectiva de estabilização a partir de novembro e arrefecimento dessa trajetória somente a partir do início de 2021.

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