AQUILES EMIR
Como ainda há 12 pontos de retenções de caminhoneiros nas rodovias maranhenses, os avicultores temem que possa faltar ração para manter suas granjas em funcionamento, e o que é mais grave: que as aves comecem a morrer por falta de alimentos. Segundo o presidente da Associação dos Avicultores do Maranhão (Avima), José Augusto Monteiro, a situação é grave, e uma das empresas que podem sofrer maiores consequências é a Frango Americano, responsável pela maior parte da produção local.
Para Augusto Monteiro, o Maranhão tem ainda o agravante de não possuir abatedouros de aves, ou seja, elas são vendidas vivas em feiras, onde há o abate para vendas a galeterias, pequenos restaurante etc ou são vendidas em pé para o consumidor abater em sua própria residência. Outra parte é comercializada em outros estados, ou seja, não há como conservar a carne em frigoríficos.
No Maranhão são produzidas cerca de 3,5 milhões de aves por mês, e o comércio é feito tanto de pintos quanto de frangos em idade de abate e ovos. A carne de frango é um dos alimentos mais consumidos pela população maranhense.
Monteiro explica que uma ave se desenvolve em poucas semanas, portanto em pouco tempo todo o espaço de uma granja pode ser ocupado e sem ter como acomodá-las as aves começam a se matar.
O mais triste, porém, é que passadas 24h sem alimentos elas começam a definhar e acabam morrendo de fome.
De acordo com Monteiro, o problema é que os caminhões que fazem o transporte de ração estão sendo retidos, não conseguindo chegar às granjas, deixando a criança sem ter o que comer. Algumas dessas granjas estão racionando o alimentos e manter as aves em pé à base de água.
Não bastasse isso, os caminhões que fazem o transporte das aves também estão impedidos de circular e os que foram surpreendidos com a paralisação dos caminhoneiros perderam a carga.
O presidente da Avima diz que, mesmo com a regularização do transporte, ainda vão demorar alguns dias para que as empresas possam operar no mesmo ritmo de antes, e isto significa dizer que haverá uma crise de abastecimento, agravada pela impossibilidade de recebimento pelos supermercados e açougues, bem como restaurantes que compram em grande quantidade de receber frangos congelados, vindos de outros estados.