O Banco do Nordeste fechou 2017 com lucro operacional de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 160% perante o lucro contabilizado no ano anterior, de R$ 442,4 milhões. A informação consta nas demonstrações financeiras da empresa, a serem divulgadas nesta sexta-feira, 23. Entre os fatores que ocasionaram o aumento, estão a redução com despesas de aprovisionamento de créditos e o crescimento da margem financeira, proporcionado por menores custos de captação. O lucro líquido alcançou R$ 681,7 milhões no exercício.
As demonstrações financeiras também incluem o resultado das aplicações de crédito no ano. Ao todo, o BNB contratou R$ 26,4 bilhões, o que representou acréscimo de 19,3% em relação ao exercício de 2016. Desse montante, R$ 15,97 bilhões foram oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a principal fonte de recursos do BNB. Trata-se da maior aplicação anual já realizada com recursos do FNE, 42,1% superior à realizada no ano anterior.
Na distribuição das aplicações do Fundo Constitucional, R$ 12,32 bilhões foram destinados a empreendimentos dos setores Rural, Industrial, Agroindustrial, Turismo e Comércio e Serviços. Outros R$ 3,65 bilhões foram direcionados a projetos de Infraestrutura e refletem a estratégia adotada pelo Banco do Nordeste com a criação de linha de crédito específica para o setor, o FNE Infraestrutura.
Em termos de quantidade de operações de crédito do FNE, houve incremento de 8,2% em relação a 2016, com saldo de 582.867 contratações em 2017, que beneficiaram produtores rurais, empreendedores individuais e empresas de toda a área de atuação do Banco do Nordeste.
“Esse resultado independeu da continuidade da seca na Região e do cenário econômico desafiador, evidenciando a importância de um banco de desenvolvimento no financiamento às atividades produtivas em todos os 1.990 municípios de onze Estados (Nordeste, norte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo)”, disse o presidente do BNB, Romildo Rolim, em palavra divulgada no Relatório da Administração da empresa.
Confira alguns destaques na atuação do Banco do Nordeste em 2017:
Desconcentração dos recursos – A aplicação dos recursos do FNE em 2017 também revela a desconcentração espacial do crédito. Todos os municípios da área de atendimento do Fundo Constitucional foram beneficiados com operações de crédito subsidiado. Foram R$ 4,7 bilhões destinados especificamente para empreendimentos localizados no Semiárido, em atendimento à Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), o que contribui para a redução das desigualdades regionais e para a promoção da equidade no acesso a oportunidades de desenvolvimento.
Curto e longo prazo – O volume total de crédito de R$ 26,4 bilhões, aplicados pelo Banco do Nordeste a partir do FNE e outras fontes de recursos, significou crescimento de 35,7% nas contratações com financiamentos de longo prazo em relação a 2016, somando R$ 16,5 bilhões. Esse tipo de crédito, que representou 62,5% das contratações em 2017, engloba investimentos rurais, industriais, agroindustriais, infraestrutura, comércio e serviços. Já os empréstimos de curto prazo, que envolvem produtos de crédito como capital de giro, cartão de crédito e conta garantida, bem como o programa Crediamigo, atingiram R$ 9,9 bilhões.
Agricultura Familiar – Principal agente financeiro na Região do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Banco do Nordeste conta atualmente com carteira ativa de R$ 8,67 bilhões, e 1,79 milhão de operações. Em 2017, foram contratados 542 mil financiamentos, no valor total R$ 2,85 bilhões. Do montante aplicado, 68,9% compreendem financiamentos no Semiárido. Em comparação ao ano anterior, houve incremento de 15,8% no volume de recursos aplicados e de 8% na quantidade de operações contratadas.
Microcrédito rural – No âmbito do microcrédito rural, o Banco do Nordeste aplicou R$ 2,32 bilhões em 2017, com a contratação de 518,7 mil operações por meio do Agroamigo, programa lançado em 2005 e pioneiro no segmento de microfinança rural. Os números representam crescimento de 17,7% em relação a 2016 e contribuíram para o alcance de carteira ativa de R$ 4,1 bilhões, com mais de 1,36 milhão de operações. O programa Agroamigo atende os agricultores familiares incluídos no Pronaf com financiamentos de até R$ 15 mil para qualquer atividade geradora de renda no campo ou aglomerado urbano próximo.
Microcrédito urbano – Programa referência no segmento do microcrédito urbano, o Crediamigo desembolsou, em 2017, R$ 8,05 bilhões, por meio de 4,03 milhões de operações. O programa possui atualmente mais de 2 milhões de clientes com empréstimos ativos, com média de 16 mil desembolsos ao dia e taxa de inadimplência situada em 1,56%. O Crediamigo também contribui para inclusão financeira com a abertura de 329.554 novas contas correntes para clientes ao longo do ano, não sujeitas à cobrança de tarifa.
Micro e pequena empresas (MPEs) – Cerca de R$ 2,6 bilhões foram destinados pelo Banco do Nordeste em 2017 a micro e pequena empresas (MPEs), segmento composto por empresas com faturamento bruto anual de até R$ 3,6 milhões. Desse montante, R$ 2,4 bilhões referem-se a operações de longo prazo e utilizaram recursos do FNE. As contratações com crédito de curto prazo, que utilizam recursos internos, totalizaram, por sua vez, R$ 229,7 milhões. Ao todo, o Banco do Nordeste atendeu 24.626 MPEs no período.
Corporate – Com o segmento de clientes corporate, que engloba empresas com faturamento bruto anual superior a R$ 200 milhões, o Banco do Nordeste contratou R$ 2,59 bilhões com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). O volume superou 46,8% o volume aplicado no mesmo período em 2016, sendo 62,9% destinados ao setor de infraestrutura. Com relação ao crédito de curto prazo, inclusive operações de câmbio, foram contratados R$ 950 milhões.
Renegociação de dívidas – Com base nos instrumentos de renegociação de dívidas rurais (Lei nº 13.340/2016 e Resolução CMN nº 4.591/2017), o BNB regularizou 295.466 operações ao longo de 2017. Desse total, 271.408 utilizaram recursos do FNE e resultaram em R$ 7,94 bilhões em recuperação de crédito e R$ 875,45 milhões em injeção de recursos. Os números representam o melhor resultado conseguido pelo Banco do Nordeste no âmbito da recuperação de crédito em toda a sua história.