Bolsonaro admite divergência com ministro da Saúde e pede humildade a Mandetta

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AQUILES EMIR

Em entrevista concedida na noite desta quinta-feira (02) ao programa Pingo nos Is da Rádio Jovem Pan, de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro admitiu pela primeira vez que vem “se bicando” com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o membro de sua equipe mais elogiado no momento, pela maneira como vem enfrentando a crise provocada pelo coronavírus. Bolsonaro pediu mais humildade ao auxiliar e se queixou que ele só quer as coisas do seu jeito.

Apesar de admitir pela primeira vez um desentendimento que há dias vem sendo especulado por alguns veículos de comunicação, Bolsonaro disse que não pretende demitir Mandetta neste momento e reconheceu que ele é fundamental para este momento de crise sanitária no país. Segundo ele, o ministro vai ajudar o Brasil a superar a crise e evitar que a população pague um alto preço provocado por essa doença.

Embora não tenha detalhado o que seria “as coisas do seu jeito” que Mandetta impõe, Bolsonaro e o ministro da Saúde discordam da aplicação de uma das maiores recomendações da Organização Mundial de Saúde (MS), que é o isolamento social da população. Bolsonaro critica os governadores que adotaram um isolamento horinzontal e Mandetta já recomendou à população a segguir o que os govwernadores vêm determinando, embora admitindo que houve alguns excesso.

Trabalhando – Nesta quinta-feira, o ministro da Saúde informou que foi assinada portaria destinando recursos para o atendimento exclusivo de pacientes com covid-19. Entre as medidas de reforço estão o pagamento de despesas com pacientes e o aumento do valor diário das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) custeadas pelo Executivo.

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Os representantes do ministério da Saúde anunciaram a criação de um site no qual serão publicados os insumos repassados aos estados, bem como os recursos disponibilizados para leitos de UTIs.

De acordo com o site, em todo o Brasil há 30.623 leitos de UTI para adultos, enquanto outros 170 foram locados pelo Ministério. Em relação aos equipamentos de proteção, o Executivo repassou aos estados 24 milhões de luvas, 14,2 milhões de máscaras cirúrgicas e 742 mil aventais. Também foram encaminhados cerca de 500 mil testes rápidos.

Sobre a compra de materiais, Mandetta informou que foram adquiridos oito mil respiradores (utilizados em UTIs), que devem chegar em até 30 dias. Já sobre os equipamentos de proteção individual (EPIs), foram adquiridas 200 milhões de unidades. Contudo, o ministro vem alertando que diante de dificuldades com os fornecedores, a concretização das compras só se dará no momento em que os produtos chegarem, de fato, ao país.

Profissionais de saúde – O titular da Saúde abordou a iniciativa de criar um cadastro de profissionais de saúde, programa intitulado “Brasil Conta Comigo”. Segundo ele, o intuito é fazer um mapeamento dos trabalhadores que teriam disponibilidade de atuar em outras cidades ou estados que necessitem de reforço nas equipes das unidades de saúde.

Mandetta comentou a ação ajuizada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) contra o programa e a possibilidade de convocação de profissionais e afirmou que o intuito é deslocar apenas quem tem interesse, mas que, em uma eventualidade a convocação compulsória poderia ocorrer. “Não é obrigatório. Mas a lei prevê requisição de bens e serviços e se precisar a gente vai requisitar. Se tiver necessidade, vamos convocar sim.”, disse.

Como vem ocorrendo diariamente, o governo atualizou nesta tarde, em coletiva no Palácio do Planalto, os dados do avanço da doença no país. Participaram os ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto; da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves; e do Turismo, Álvaro Antônio.

(Com informações da Agência Brasil)

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