
AQUILES EMIR
Em entrevista à Band New na tarde desta segunda-feira (15), ao comentar a possibilidade de um golpe militar no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas sabem qual o seu papel numa democracia, mas jamais aceitariam um julgamento político para destruir um presidente eleito. O presidente comentou os protestos antidemocráticos pedindo um AI-5 em que participou no último mês. Segundo ele, são polêmicas que “a grande mídia” quer criar em seu entorno.
“Onde é que eu provoquei o Supremo Tribunal FEderal? Não existe isso. Se tem uma pessoa com um cartaz escrito AI-5, é digno de pena essa pesosa. Existe AI-5? Existe pena de morte? É a mesma coisa do artigo 142, das Forças Armadas, como se o alto comando não soubesse qual o seu papel numa democracia. Nós militares somos os verdadeiros responsáveis pela democracia neste país. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas jamais aceitaríamos um julgamento político para destruir um presidente democraticamente eleito”, pontuou.
O presidente criticou também o inquérito das fake news que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra sua chapa e do general Hamilton Mourão nas eleições de 2018, em que são acusados de impulsionar notícias falsas para interferir no pleito.
“Me julgar por uma página que ficou fora do ar por menos de 24 horas para caçar a chapa Bolsonaro-Mourão é começar a limentar uma crise. Como que eu vou dar golpe se eu já sou presidente da República? Se eu já sou o chefe das Forças Armadas?”, criticou.
Governadores – Sobre a falta de diálogos com a maioria dos governadores para enfrentar o coronavirus, o presidente disse que houve um exagero por parte do Supremo Tribunal Federal que impediu a União de atuar nas políticas regionais.
“Os governadores e prefeitos passaram a ser donos de seus Estados e municípios, e coube a nós só direcionar recursos. Desde o começo eu tinha as informações de que a hidroxicloroquina estava dando certo, não comprovada cientificamente, mas eu joguei nesta questão baseada em fatos e teve governador e prefeito que simplesmente proibiram o medicamento e não apresentaram alternativa”, disse o presidente.
Jair Bolsonaro lembrou que desde o início da pandemia alertou sobre o problema da “vida e do desemprego” e, segundo ele, o desemprego está aparecendo como um dos maiores desafios para o governo.
“Toda a política de fechar comércio, de isolamento, de privar a liberdade das pessoas, é exclusiva dos governadores e prefeitos. O governo federal não tem qualquer participação nessa decisão, por determinação do Supremo Tribunal Federal. Lamentamos as mortes, mas estamos enfrentando da melhor maneira possível”, pontuou.
O presidente confirmou que o Ministério da Economia deve estender o auxílio emergencial por mais duas parcelas de R$ 300. Segundo ele, o País não suportaria manter os R$ 600 por mais tempo.
“A maior proposta do Paulo Guedes é que você pode trabalhar, inserir um banco de horas, para ajudar a voltar a Economia. Se fala em CLT e direitos trabalhistas, bacana, muito bonito, mas para quem emprega a dificuldade é enorme. Queremos dar oportunidade aos informais, que é um número que vai crescer mais ainda. Não vai ser fácil, mas acredito na equipe do Paulo Guedes”, afirmou.
(Com informações da Band)