O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a alertar, nesta quinta-feira (14), que as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos como estratégia para tentar controlar o avanço da pandemia de coronavírus vão piorar a crise no Brasil. Segundo ele, “vai faltar dinheiro para pagar servidor público”.
Segundo Bolsonaro, lockdown, que é o bloqueio total das atividades, não é ideal para lidar com a crise causada pela pandemia. “Esse é o caminho do fracasso e vai quebrar o Brasil”. Ele disse ainda que certos governadores e prefeitos que impuseram essas medidas deveriam pedir desculpas aos brasileiros.
De acordo com o Bolsonaro, apesar dos cenários de crise acentuada, “ainda tem servidor achando que há possibilidade de ter aumento nesse ano ou ano que vem. Não tem cabimento. O Brasil está quebrando”. A fala foi na tradicional entrevista coletiva em frente ao Palácio da Alvorada, onde o presidente conversa também com apoiadores.
O presidente ainda que a economia não se recuperará depois, como alguns afirmam sempre que manifestam sua defesa aos isolamentos. Segundo ele, o Brasil está se tornando um país de pobres e para onde está indo o Brasil? Vai chegar um ponto que o caos vai se fazer presente aqui”, estimou.
Ainda sobre os impactos na economia pelas medidas de combate ao coronavírus, Bolsonaro disse que os informais, que são 38 milhões, já perderam quase tudoo que tinha. “Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), os informais da América Latina perderam 80% do poder aquisitivo”, anunciou.
O presidente comparou a situação do Brasil com a de países da África subsaariana. “Temos que ter coragem de enfrentar o vírus. Tá morrendo gente? Tá. Lamento? Lamento. Mas vai morrer muito mais se a economia continuar sendo destroçada por essas medidas.”
Bolsonaro afirmou que nas periferias de São Paulo e Rio de Janeiro as atividades seguem em funcionamento. “Tem que reabrir. Nós vamos morrer de fome. A fome mata. É um apelo que faço aos governadores: revejam essa política.”
Pagamento prorrogado – Jair Bolsonaro informou que ligou para o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, nesta quinta-feira (14), e este este informou que aumentará para quatro meses o tempo que os clientes poderão atrasar o pagamento de imóveis. “De 2,3 milhões de clientes da Caixa Econômica que pagam casa própria pediram para pausar o crédito”, justificou.
De acordo com o presidente, como regra, a Caixa permitia o atraso até dois meses, mas resolveu prorrogar por mais um mês, para três meses”, disse Bolsonaro. “Conversei com ele [Pedro Guimarães] agora e ele disse que vai aumentar para quatro meses”. A medida se justifica porque o povo não tem mais dinheiro nem para pagar a casa própria.
Para Bolsonaro, não adianta apenas prorrogar, pois quem perdeu o emprego e teve redução de salário não consegue pagar a prestação. “O que está sobrando de dinheiro tá sendo para comida”, disse ele.
(Com informações da CNN Brasil)