Bolsonaro viabiliza interligação dos portos do Itaqui e Santos com a concessão da Norte-Sul

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Com a assinatura do contrato de concessão à Rumo da Ferrovia Norte-Sul, nesta quarta-feira (31), no trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), o presidente Jair Bolsonaro deu um significativo passo para a interligação, em breve, de dois dos maiores portos do Brasil, Itaqui (no Maranhão) e Santos (em São Paulo) pela via ferroviária.  A estrada de ferro é um dos principais canais para escoamento da produção agrícola do país e a previsão é que as operações no tramo central tenham início até o final deste ano.

“A Ferrovia Norte-Sul é a espinha dorsal de transporte no Brasil. Com a entrada em operação vai baratear o frete e como consequência a mercadoria na ponta da linha chega na ponta mais barata para o consumidor, a gente vai consumir menos óleo diesel, menos acidente nas estradas”, disse o presidente durante a cerimônia de assinatura do contrato, em Anápolis (GO).

Com um total de 1.537 KM, o trecho concedido da Norte-Sul é dividido em dois tramos. O primeiro, central, entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (SP) com extensão de 855 km; e o tramo sul, abrangendo o trecho Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela D’Oeste (SP), com extensão de 682 km. A previsão é que este segundo entre em operação em 2021. Com a interligação com o trecho Norte, vai ser possível a interligação de São Luís com Santos, numa conexão com a Estrada de Ferro Carajás.

Presidente da República, Jair Bolsonaro posa para foto com trabalhadores durante visita à locomotiva.

Norte-Sul – A assinatura do contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul ocorreu no pátio do Porto Seco Centro-Oeste, no setor agroindustrial do município de Anápolis. Antes da assinatura, Bolsonaro vestiu um colete dos operários que trabalham na ferrovia e passou ao redor dos trilhos. O presidente subiu ainda em uma locomotiva estacionada na Ferrovia Norte-Sul.

A concessão da ferrovia foi arrematada pela empresa Rumo S.A, em leilão realizado em março. A empresa, que atua em serviços de logística de transporte ferroviário, ganhou o certame ao oferecer um lance de pouco mais de R$ 2,719 bilhões um ágio de 100,92% ao lance mínimo pedido pelo governo, de R$ 1,3 bilhão. O contrato tem duração e 30 anos e prevê a administração dos dois trechos da Norte-Sul, de um total de 1.537 quilômetros.

Na avaliação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a Norte-Sul vai potencializar o transporte ferroviário no país, duplicando a sua participação no transporte de mercadorias em oito anos.

“Nós vamos criar competição e a participação do modo ferroviário vai sair dos atuais 15% pra quase 30%, em oito anos. Nós vamos começar a ver o trem passar com contêiner empilhado saindo de Goiás e indo para são Paulo, e no sentido oposto”, disse. No futuro, nós vamos sair da Zona Franca de Manaus e entregar a carga em Porto Alegre. Vamos ligar o Brasil por trilhos”, acrescentou.

Próximas concessões – O ministro destacou que o governo trabalha para integrar a ferrovia com outras linhas com a concessão de mais ferrovias. Entre elas, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que liga Caetité ao porto de Ilhéus, na Bahia e a Ferrogrão, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), que beneficia a produção agrícola do Mato Grosso. A previsão é que os editais saiam entre 2019 e o início de 2020. Outro ponto é a prorrogação de contratos já existentes.

“Vamos fazer a prorrogação das malhas que representam vantagem para a administração. Em vez de botar o dinheiro de outorga nos cofres do Tesouro Nacional, a gente está capturando esse dinheiro no sistema ferroviário. Estamos pegando uma outorga e obrigando a fazer uma construção ferroviária com essa outorga e, no final das contas, é uma forma criativa de colocar dinheiro para dentro e colocar infraestrutura para dentro”, disse o ministro.

(Com informações da Agência Brasil e fotos de Alan Santos/PR)

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