
Perdas fiscais representam cerca de R$ 38 bilhões por ano.
Um grupo formado pelos governadores de oito estados brasileiros esteve reunido nesta terça-feira (07), em Brasília (DF), com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar da recomposição fiscal dos estados, que perderam receita devido à redução do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. Além de Carlos Brandão, do Maranhão, compõem o grupo, Rafael Fonteles (Piauí), Renato Casagrande (Espírito Santo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Helder Barbalho (Pará), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás) e Tarcísio de Freitas (São Paulo).
Em janeiro deste ano, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os gestores estaduais criaram uma comissão de governadores, sob a liderança do ministro Fernando Haddad, para atuar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a recomposição fiscal e analisar o reequilíbrio fiscal e socioeconômico do estados.
“Acabamos de participar de uma reunião com o ministro Haddad. Sete governadores representando os 27 governadores para tratar de pautas de interesse fiscal. Os estados tiveram uma grande perda com a mudança de legislação. Nós estamos aqui para discutir, inclusive, as compensações que seriam feitas pelo Governo Federal na área de Saúde e Educação”, explica o governador Carlos Brandão.
O corte do imposto foi definido pelas leis complementares 192 e 194, que subtraíram significativamente as receitas advindas do ICMS, e que reduziram também tributos federais, como o PIS/Cofins.
A maior parte da conta, porém, ficou com os estados. De acordo com cálculos das secretarias estaduais de Fazenda, as perdas fiscais representam cerca de R$38 bilhões por ano.
“Daqui nós vamos ao STF para discutir pautas que se encontram na Corte e precisam ser julgadas. Os estados hoje passam por uma imensa dificuldade financeira e, por isso, é importante que a gente faça o encaminhamento de forma positiva, para recompor as perdas que nós tivemos no ano passado”, afirmou o governador maranhense.
Em razão da publicação da Lei Complementar Federal nº 194, de 23 de junho de 2022, o Estado do Maranhão enfrentou queda na sua expectativa de arrecadação tributária no valor de mais de R$ 2 bilhões em 2022.
Entre as consequências diretas, estão o Impacto imediato sobre os recursos destinados à educação, saúde e segurança; perda na arrecadação do Fundo de Combate à Pobreza (FUMACOP), recursos que custeiam os restaurantes populares e outros programas sociais; e impacto nas políticas públicas locais, visto que 25% do produto da arrecadação de ICMS pertencem aos municípios.