Bruno Covas autoriza cloroquina em São Paulo e manda aumentar estoque do medicamento

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AQUILES EMIR

Em meio à polêmica que se criou entre o presidente Jair Bolsonaro e seus adversários sobre o uso da hidroxicloroquina para tratamento de infectados pelo covid-19, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (09) que os hospitais municipais da capital paulista vão passar a utilizar o remédio. Quem também se pronunciou sobre a eficácia do remédio foi o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, que voltou a rebater as críticas sobre sua decisão de não revelar se fez ou não o uso do medicamento.

O uso da cloroquina ainda está em fase de testes e de estudos, não havendo resultados conclusivos, embora alguns infectologista atestem a eficácia e até o cardiogolista Roberto Kalil, do Hospital Sírio Libanês, diz que tomou e recomenda sua aplicação.

O anúncio de Covas foi na coletiva de todos os dias no Palácio Bandeirantes, onde ele e o governador João Doria apresentam seus balanços sobre o coronavírus. “A Secretaria Municipal de Saúde introduziu no seu protocolo de tratamento contra a Covid-19 a cloroquina desde que haja prescrição médica e desde que haja consentimento do paciente ou da família”, afirmou o prefeito.

Covas determinou ainda a compra de mais cloroquina para uso na rede pública. “Nós temos hoje 6 mil cápsulas à disposição, como cada paciente precisa de seis, portanto, medicamento para tratar mil pessoas internadas hoje nos hospitais municipais. Então, já determinei à Secretaria Municipal de Saúde que possa fazer aquisição de mais dessas cápsulas pra que seja uma alternativa de tratamento”.

Sigilo – Já o médico Uip lamentou ter se tornado alvo de ataques virtuais desde que foi desafiado por Bolsonaro a revelar se usou ou não cloroquina. “Fiquei no limite entre ser internado ou não. Daí, vem a polêmica: como você foi tratado? Em hipótese alguma, eticamente, eu posso falar. Seja lá qual for a minha resposta, causa um grande dano para a sociedade”, disse ele.

O infectologista criticou a politização da discussão e afirmou que foi “vítima de um massacre na internet”. Ele disse que não se opõe aos testes com a substância. “Tenho um inimigo, que é o vírus. A cloroquina é uma perspectiva, porque não tem qualquer trabalho com evidências científicas que conclua se ela é efetiva ou não. Eu nunca me pus contra, desde que o médico prescreva e que se saiba dos efeitos colaterais para o coração, visão, sistema de coagulação e hepático.”

O médico não quis comentar a possibilidade de redução do isolamento social em regiões que não tiveram comprometimento em mais do que metade da capacidade de atendimento a partir do próximo dia 13, uma proposta do governo federal. Mas demonstrou preocupação com o avanço da doença.

(Com informações do Metrópoles)

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