AQUILES EMIR
Faltando pouco mais de um mês para os preparativos do comércio para as festas de fim de ano – Natal e Ano Novo -, lojistas estabelecidos na Rua Grande, principal via comercial de São Luís, começam a emitir sinais de preocupação com o retorno gradativo dos ambulantes. Eles já ocupam o leito e as calçadas dessa via e suas transversais, principalmente dos prédios desocupados, que já são muitos.
O risco de transformação da Rua Grande numa feira livre contrasta com o anúncio feito e repetido pelo poder público, desde 2014, sobre as obras para recuperá-la e revitalizá-la. Por diversas o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) chegou a anunciar o início dos serviços, mas sempre adia e o risco agora é de que os trabalhos nem sejam começados por problemas na licitação.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Fábio Ribeiro, diz que a entidade já iniciou tratativas com a Prefeitura Municipal a fim de solucionar o problema, mas as providências ainda estão por ser anunciada.
Enquanto o poder público não se mexe, a cada dia aumenta o número de camelôs, que vendem os mais variados produtos, de bugigangas trazidas do Oriente a alimentos. Nas calçadas eles vão montando suas barracas e nas fachadas de alguns imoveis, criam seus varais, dando ao ambiente um aspecto de muita bagunça.
Nos casarões onde funcionaram, por exemplo, lojas como as antigas Mesbla e Pernambucana e que mais recentemente foram substituídas por Ponte Magazine e Insinuante, respectivamente, as fachadas estão tomadas.
De acordo com um comerciante que pediu reservas, a tendência é que nos próximos meses essa “invasão” se acentue e quando a rua estiver completamente tomada começam a surgir as dificuldades para retirada, pois vem aquela repetição do discurso social de que todos têm o direito de trabalhar.
Para ele, Prefeitura e Governo sofrem desgastes desnecessários com esse tipo de operação, pois bastava manter a vigilância permanente para manter a rua minimamente organizada.
O que mais preocupa os lojistas é a aproximação do período eleitoral, ou seja, se não houver nenhuma medida antes de dezembro, a partir de janeiro de 2018 a situação se complica, pois em ano de eleição é mais difícil político agir com rigidez.
Afinal de contas, além do governador, serão eleitos senadores e deputados federais e todos eles nesse período gostam de fazer caminhadas por essa via e nenhum quer correr o risco de uma cobrança por parte de comerciantes, comerciários e camelôs, pois todos se sentem no direito de reclamar direitos.
Acredito que a prefeitura irá resolver esses problemas o quanto antes.